O secretário de Estado da Saúde de Rondônia, Williames Pimentel, em Vilhena por ocasião da 8ª reunião Ordinária de Câmara Técnica da Comissão Intergestores Bipartite – CIB, da qual participaram alguns secretários e técnicos da Saúde e autoridades como Afonso Emerick, presidente do Cosens; deputado estadual Só Na Bença (PMDB); Paulo Lermen, promotor de justiça; e Ronaldo Alevato, secretário regional de Estado, disse em seu discurso de abertura do segundo dia de reunião que a crise na saúde tende a ser pior em 2016.
Para o secretário, o sistema de saúde brasileiro passa por grande debate devido à crise que o país enfrenta. “O rombo de R$ 12 bilhões que foi contingenciado pela equipe econômica para conter a crise do déficit primário vai impactar na saúde, inclusive, podemos nem receber os recursos do Fundo Nacional de Saúde no mês que vem”, disse.
Pimentel salientou em sua fala que os secretários de Estado da Saúde de todo o país estão pressionando o ministro da área para que ele libere R$ 4 bilhões para pagar o total referente ao que deve no mês de dezembro. Além da crise, que causou a alta do dólar e impulsionaram os preços dos insumos cotados na moeda americana, a queda no poder aquisitivo da população também contribui para agravar a situação da saúde. “A perda do poder aquisitivo propiciou a migração de cerca de 300 mil pessoas por mês dos planos de saúde privados para o SUS”, disse Pimentel.
O secretário revelou ainda que com a deficiência orçamentária e a falta de recursos, o Estado voltou ao quadro crítico de anos atrás. “Esta semana o Hospital João Paulo tinha pacientes no chão, tivemos que instalar um comitê de crise, tomamos mais 30 leitos do hospital Santa Marcelina, montamos um centro cirúrgico dentro do hospital Santa Marcelina, e contratamos mais dois ortopedistas para fazer seis cirurgias pela manhã e seis a tarde”, contou.
Pimentel citou inúmeras ações do governador Confúcio Moura (PMDB) na área da saúde, disse que ele está mantendo uma política austera para poder segurar as contas num nível sustentável e investindo no setor, citando como exemplo o novo pronto socorro de Cacoal. “Eu não quero ser pessimista, mas no ano que vem a tendência é piorar; se não tiver uma força política no Congresso para estabelecer, seja dinheiro da CPMF, da cuia de tacacá, da cabaça que dá em árvore, seja qual for o nome que irão dar se não entrar dinheiro dentro do sistema, nós vamos piorar ainda mais, vamos afundar, vamos para a UTI. Não há condições de manter o sistema sem aporte de recursos novos”, pontuou.
Fonte: Folha do Sul Online