O deputado Adelino Follador (DEM) denunciou esta semana da tribuna da Assembleia Legislativa a prática criminosa da formação de cartel pela rede de frigoríficos instalados em Rondônia, que está prejudicando a economia estadual, com uma remarcação sistemática para baixo no preço da arroba do boi gordo que já registra queda de mais de 10% em relação às 31 principais praças (mercados) do País.
Por este motivo, o deputado disse que vai convocar esta semana os dirigentes dos frigoríficos instalados no Estado para que expliquem na Comissão de Agricultura da Assembleia os motivos desta escalada de maldade contra a economia estadual, que está levando os produtores locais ao desespero de vender carradas de suas desmamas (bezerros) para o centro sul do País, para não amargar com prejuízos ainda maiores com a engorda e acabamento dessas boiadas.
Follador apresentou ao Plenário os dados do mercado físico do último dia 23 sobre a cotação do preço do boi gordo divulgado na revista da Bolsa de São Paulo, segundo os quais o preço da arroba em Rondônia caiu para R$ 123,50, o mais baixo entre todos os preços das 31 praças pesquisadas, o que é indicativo de que alguma coisa está errada, tendo em vista que Rondônia está entre os maiores produtores e exportadores de carne do País.
Ele explicou que enquanto os frigoríficos pagam R$ 123,50 pela arroba de carne de Rondônia, esses mesmos frigoríficos pagam R$ 138,00 pela carne do Mato Grosso, R$ 148,00 em São Paulo e até R$ 156,00 pela arroba da carne em Santa Catarina. “Não somos tão ingênuos para acreditar que isso é uma coisa normal”, disse Adelino Follador ao decidir pela formalização da convocação dos responsáveis pelos frigoríficos instalados em Rondônia.
O deputado foi enfático na questão da convocação, observando que essas empresas têm o dever de trabalhar honestamente (jogar limpo com o Estado de Rondônia), uma vez que receberam importantes incentivos fiscais para sua implantação e operação, situação que, segundo Follador, exige uma explicação formal desses empresários, sob pena, inclusive, de responderem pelo crime de formação de cartel e de perderem os incentivos fiscais que recebem.
Fonte: Ascom