São Paulo, SP – A Polícia Federal realizou na manhã de hoje (1) uma operação para coibir a venda de dispositivos ilegais utilizados em caminhões que “enganam” o sistema de controle de emissão de poluentes, permitindo que os veículos circulem sem aditivos que diminuem a poluição gerada pela combustão do diesel. Os dispositivos eram vendidos pela Internet, pelo proprietário de um estabelecimento de reparo automotivo na cidade de São Paulo.
O motor dos caminhões emite gases poluentes chamados óxidos de nitrogênio (NOx), que são extremamente prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente, sendo uma das causas do aquecimento global. Para diminuir essas emissões, os caminhões montados a partir de 2012 têm um sistema de controle que funciona com o uso de um aditivo chamado Arla 32, para diminuir em quatro vezes que as emissões de NOx. A fraude é cometida para evitar o gasto com o aditivo. Como o motor funciona sem ele, há um controle eletrônico que faz com que 40% da potência seja diminuída se isso acontecer.
Os equipamentos apreendidos pela Polícia Federal “enganam” o controle eletrônico do caminhão, fazendo com que ele não perca a potência sem o aditivo, mas como consequência, o caminhão passa a emitir 400% a mais de NOx no ar.
Pesquisas apontam que os caminhões são responsáveis por 64% da emissão de NOx na região metropolitana de São Paulo.
Esse tipo de equipamento é classificado pela legislação como “item de ação indesejável”, por reduzir a eficácia de controle de emissão de poluentes atmosféricos de veículos automotores. Trata-se de mercadoria proibida e sua importação e comercialização configuram crime de contrabando, com pena de 2 a 5 anos de prisão. Aqueles que se utilizam desse equipamento ou realizam outras fraudes na emissão de poluentes podem responder pelo crime de poluição, com pena de 1 a 5 anos de reclusão.