Guajará-Mirim, RO – Durante cinco dias, pequenos produtores, empresários, artista, artesão, indígenas de Guajará-Mirim discutirão temas relacionados ao desenvolvimento sustentável na região que tem uma das maiores reservas ambientais do estado, e valorizando o ser humano. Ao abrir a 1ª Feira de Sociobiodiversidade da Amazônia, na noite de segunda-feira (30), o secretário estadual do Planejamento, Orçamento e Gestão, George Alessandro Braga, disse que isto é possível, necessário e que o momento é agora.
Na abertura do evento, que segue até sexta-feira (4), na Escola Estadual Alkindar Brasil Arouca, no bairro 10 de Abril, a apresentação do boi-bumbá Malhadinho foi uma demonstração de como o desenvolvimento da região do Vale do Guaporé é possível a partir da organização, união e compromisso.
A Feira da Sociobiodiversidade da Amazônia reúne pequenos produtores, associações de produtores, microindustrias, especialistas ambientais e empresários. A pauta é apontar os caminhos para o desenvolvimento da região, que sofre com a estagnação, agora agravada pela alta do dólar que afasta até mesmo os turistas que costumam fazer compras na Bolívia.
Expositores mostram seus produtos em estandes e, ao mesmo tempo, participam de palestras, cursos, oficinas. Os temas variam de perfil epidemiológico, monitoramento da água, Cadastro Ambiental Rural, licenciamento de entidade poluidora e mineração, por exemplo.
Num ambiente onde estavam lideranças comunitárias e representantes do município de Nova Mamoré, vizinho de Guajará-Mirim, a reitora da Universidade Federal de Rondônia, Berenice Tourinho, revelou que a instituição está comprometida com o processo de desenvolvimento da região e que isto inclui o ser humano, para fazer jus ao conceito de sociobiodiversidade.
O secretário George Braga, da Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (Sepog), responsável pelo evento, destacou que o desenvolvimento pode ocorrer a partir dos investimentos em tecnologia para agregar valor às commodities locais. Desta forma, a extração do óleo da soja não precisaria ser feito em outros estados, por exemplo. Sugeriu também a valorização do turismo de contemplação, que não agride o ambiente.
FREE SHOPS
Segundo Braga, o fórum específico para definir os destinos desta parte da Amazônia é a Feira da Sociobiodiversidade. Ao final da explanação, chamou atenção para os “free shops”, modalidade de comércio que está liberada em Guajará Mirim e que prevê isenção de 100% dos impostos federais e 80% dos impostos estaduais. “Este segmento precisa vir para cá”, argumentou.
Rubens Nascimento, superintendente estadual do Desenvolvimento, disse, a respeito dos “free shops”, que só não podem ser comercializados nestas lojas armas e munições, veículos de passageiros, combustíveis, fumo e lubrificantes líquidos e gasosos. Há ainda, segundo ele, outros modelos de desenvolvimento para a região, que são florestas que podem ser privatizadas, como a de Bom Futuro.
Feira tem como tema “O desafio do desenvolvimento sustentável na faixa de fronteira na Amazônia” e é realizada simultaneamente com o 2º Encontro de Gestão Ambiental na Região de Fronteira Amazônia Brasil/Bolívia, III Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Humano: Intercâmbio Interdisciplinar e VI Simpósio Brasileiro de Debate em Ação: Discussão Científica. No mesmo espaço há opões gastronômicas baseadas no pirarucu, castanha, abacaxi, mandioca e açaí, além de apresentações culturais, exposição culinária e artesanato.