O governo do Rio Grande do Norte e os prefeitos das capitais Aracaju (SE) e Vitória (ES) decretaram situação de emergência diante do avanço dos casos de microcefalia, associado ao vírus zika, e de dengue e chikungunya. A medida de urgência, que já havia sido tomada pelos governos de Pernambuco e Sergipe, permite dispensa de licitação para compra de materiais de combate à proliferação das doenças, além do remanejamento de funcionários de outras pastas para a área da saúde.
O surto de microcefalia, doença que causa má-formação do cérebro de recém-nascidos, concentra-se principalmente no Nordeste. Dos 1.248 casos suspeitos neste ano no país, 1.219 são de Estados nordestinos. No ano passado, foram apenas 147.
O Ministério da Saúde confirmou que há relação entre o surto de microcefalia e o vírus zika, que, assim como no caso da dengue e da chikungunya, é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Pernambuco lidera o registro de casos suspeitos de microcefalia, com 646 notificações, seguido da Paraíba, com 248 registros.
No Rio Grande do Norte, terceiro Estado com maior número de notificações (79), o decreto de emergência está entre as medidas tomadas pelo governador Robinson Farias (PSD). Ele pretende solicitar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para discutir a questão especificamente com governadores nordestinos.
Em Aracaju, que decretou situação de emergência também nesta quarta, a prefeitura prevê aplicar todos os dias o “fumacê” como uma das principais ações de combate ao mosquito adulto. E há previsão de multas, com valor inicial de R$ 100 e aumento gradativo, nos casos em que um mesmo imóvel for flagrado com criadouros do Aedes repetidas vezes.
A Prefeitura de Vitória também decidiu decretar situação de emergência, mesmo com o Espírito Santo fora do mapa de locais com surto de microcefalia.
A capital capixaba notificou 169 registros do vírus zika e está monitorando seis gestantes pela rede municipal. A cidade já ultrapassou o número de casos de dengue do ano passado – 3.599 notificações neste ano, ante 3.449 no ano anterior.
O combate ao Aedes em Vitória deve envolver soldados do Exército juntamente com as equipes de saúde.
Fonte: Gazeta do Povo