A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Check and Balance, em Porto Velho, que investiga um grupo de funcionários do Instituto de Pesos e Medidas de Rondônia (Ipem) suspeitos de favorecer e extorquir empresários do ramo de venda combustível e extintores. Quatro servidores foram identificados e serão afastados dos cargos.
Conforme a Polícia Civil, os envolvidos usavam o instituto, responsável por fiscalizar e certificar bombas de medição de combustíveis e extintores de incêndio, para receber dinheiro e benefícios de empresários.
De acordo com a delegada, Aline Neiva, titular da Delegacia de Repressão a Ações Criminosas e Organizadas (Draco), responsável pela operação, a investigação iniciou há quatro meses após uma denúncia anônima que relatava algumas irregularidades no Ipem.
As investigações apontam que os servidores tinham contato direto com empresários, gerentes de postos de combustíveis e empresas de extintores para avisá-los quando haveria operações de fiscalizações e certificações de bombas de combustível e extintores.
“Geralmente essas fiscalizações são feitas para surpreender o fiscalizado, o que não acontecia. Eles faziam contato prévio para falar sobre a ação. Alguns inclusive tinham laços de amizade com os empresários e abasteciam os carros particulares nos postos investigados”, diz.
A operação também identificou transferências bancárias de empresários do ramo de extintores para as contas pessoais dos metrologistas investigados. Quatro servidores foram identificados. Eles foram afastados dos cargos e funções públicas, além de serem proibidos de se aproximar do Ipem e empresas investigadas.
O afastamento foi concedido pelo Poder Judiciário após pedido da Polícia Civil para que as investigações sejam concluídas.
A delegada informou que mandados de busca e apreensão foram realizados em cinco empresas de extintores que estavam no foco da investigação. As empresas que tiveram irregularidades detectadas ficarão de portas fechadas por até dois dias, de acordo com a delegada.
A polícia acredita que os responsáveis pelas empresas eram coniventes com a corrupção passiva praticada pelos servidores do Ipem e, em alguns casos, os próprios empresários subornavam os metrologistas. Também há denúncias que após a suposta fiscalização, os metrologistas saíam dos escritórios com envelopes.
Quanto a extintores e combustíveis adulterados, a delegada afirmou que a operação ainda está em andamento. “Não temos como responder sobre adulteramento de produtos. O foco da nossa investigação é a relação entre corrupto e corruptor. Como nós podemos confiar num produto que não é fiscalizado por um órgão de inspeção técnica?”, frisa.
Fonte: Alerta Noticias