Monte Negro, RO – O corpo de Jair Prestes de Oliveira, de 52 anos, mais conhecido como “Jairinho”, será levado na tarde desta quarta-feira (30) para o estado do Paraná, onde residem os parentes dele.
O humilde comerciante foi assassinado com um tiro no peito durante a tarde desta terça-feira (29), dentro do depósito de madeiras de sua propriedade, localizado na Rua Samuel Lopes, em frente ao cemitério municipal, no Setor 04, em Monte Negro.
Um irmão da vítima que mora em Ariquemes esteve em Monte Negro logo após o crime e confirmou a informação a amigos. Segundo ele, o corpo de Jair já está no Instituto Médico Legal (IML) de Ariquemes e será necropsiado na manhã desta quarta-feira (30), e logo em seguida, liberado para a funerária, onde será preparado para o transporte até o estado do Paraná.
“Jairinho” era solteiro e morava sozinho em Monte Negro. O assassinato teve grande repercussão, já que a vítima era conhecida na cidade. Muitos amigos e colegas estão indignados e tristes com a execução dele. O empresário era pioneiro na cidade, residia no município desde o final da década de 80 e, desde então, trabalhava no comércio de madeiras.
Diante do quinto homicídio em 10 dias, a população está acuada e há muitas incertezas pelas ruas do município. Com a sensação de insegurança, é possível que as festas de Ano Novo na cidade serão esvaziadas, já que muitos deverão preferir ficar em casa do que correr riscos diante dos últimos acontecimentos. Há anos, a população cobra maior agilidade e respostas para os poderes públicos para evitar a violência na região, diretamente afetada por invasões de terras consequentemente a existência de conflitos agrários.
Preocupação
O futuro presidente da subseção da OAB em Ariquemes, Alex Sarkis, já se pronunciou sobre o assunto e demonstrou preocupação com a violência no Vale do Jamari, especialmente, em Monte Negro. A pequena cidade tem 15 mil habitantes, não tem delegacia de polícia e baixo efetivo policial, onde a Polícia Militar faz ronda diária com uma viatura e apenas dois policiais. “É lamentável o problema aparentemente crônico que a região do Vale do Jamari enfrenta no que diz respeito à segurança pública. Entra e sai governo e o problema parece se agravar a cada gestão, indistintamente. O que mais nos assusta é a aparente incapacidade do Estado em reagir. Reagir no sentido de diminuição das estatísticas negativas; no sentido de melhorar as condições de trabalho dos policiais (civis e militares); no sentido de combater inteligentemente a criminalidade”, disse ele.
“Respostas pesadas”
Já uma reunião na véspera de Natal, no dia 24 de dezembro, seria para marcar o início da resposta do Governo do Estado à onda de violência que está assustando a população da cidade. O encontro ocorreu no escritório do deputado Saulo Moreira (PDT), em Ariquemes.
O evento foi solicitado pelo próprio Saulo, junto com os vereadores Márcia Fagundes (PSDB), Tereza Diogo (PSDB) e Marcos Antônio (PTB), onde solicitaram diretamente a Confúcio providências urgentes para conter o grande índice de crimes violentos que vem ocorrendo na cidade. “Essa situação está fora do normal, totalmente fora de controle. Estão acontecendo coisas absurdas, que antes não ocorriam na cidade”, resumiu a vereadora Márcia Fagundes.
O governador disse que já estava ciente da situação e prometeu reforço policial para a cidade. Confúcio falou que nos próximos meses, o Estado vai dar “respostas pesadas” à criminalidade na região. Durante sua participação, Moura, que é da região do Vale do Jamari, reconheceu que a área sempre foi pacífica, mas agora se tornou perigosa. “Vamos aumentar o efetivo na região e acredito que em breve, começaremos a dar respostas pesadas aos crimes em Monte Negro. Vamos trabalhar para reduzir, já que nunca acaba”, afirmou ele no encontro.
Fonte: RONDONIAVIP