Uma filha e uma mulher do traficante Joaquín Guzman, chefe do Cartel de Sinaloa e um dos maiores traficantes do mundo, conseguiram transformar o apelido “El Chapo” em marca registrada para produtos como joias, relógios, brinquedos e até enfeites para árvores de natal, informou o jornal mexicano “Milenio”. O Instituto Mexicano de Propriedade Industrial (IMPI) autorizou o registro de quatro dos 24 produtos pedidos por Alejandrina Giselle Guzmán e sua mãe, Alejandrina Salazar Hernández.
A família do mexicano tentou registrar marcas similares, todas fazendo referência ao traficante, como “El Chapo Guzmán”, “Don Chapo Guzmán” e “Joaquín El Chapo Guzmán”, mas os pedidos foram recusados sob alegação de se tratar do nome de uma pessoa acusada de vários crimes. O apelido “Chapo” se refere ao porte físico de Guzmán, baixo e atarracado.
“El Chapo” está preso desde 8 de Janeiro, quando foi recapturado após escapar de uma prisão de segurança máxima por um túnel construído embaixo de sua cela e ficar escondido na selva por quase seis meses. A prisão aconteceu pouco depois de ele conceder uma polêmica entrevista ao ator Sean Penn, intermediada pela atriz Kate del Castillo, que seria amante do traficante e sócia dele em uma fábrica de tequila. A troca de mensagens entre El Chapo e Kate teriam ajudado as autoridades a localizá-lo e prendê-lo.
Entenda
Mas por que o nome de um bandido viraria marca registrada? A exemplo de outros países, os chefões do tráfico são exaltados em algumas regiões como benfeitores locais, exemplos de sucesso a serem imitados, como nas formas de vestir e consumir, e cantados em músicas populares, como rap e funk. Nos rincões do México, alguns ganham status de santo, como Jesus Malverde, e são exaltados num estilo musical conhecido como “narcocorridos”, com letras que exaltam os chefões do crime organizado.
Vindo da classe baixa de uma região pobre do México e galgando posições no mundo do crime até controlar o tráfico de drogas do México para os Estados Unidos — usando até túneis subterrâneos para cruzar a fronteira — “El Chapo” se tornou um dos homens mais ricos e poderosos do México, frio e impiedoso, capaz de comprar ou matar praticamente qualquer pessoa para alcançar seus objetivos. Se tornou também um dos homens mais procurados do mundo — um bandido-herói do porte do colombiano Pablo Escobar. Por tudo isso, “El Chapo” povoa o imaginário de muitos mexicanos e sua marca pode se tornar um sucesso comercial, como outras associadas a estrelas do pop e do esporte.
Fonte:IG