O ex-deputado Afanazio Jazadji enviou ao presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma cópia da representação que protocolou na Procuradoria da República em São Paulo, expondo as ilegalidades cometidas pelo jornalista Roberto Marinho durante a ditadura militar, quando se apoderou do canal 5 de São Paulo, a antiga TV Paulista (hoje, TV Globo de São Paulo), servindo-se para tanto de documentação apócrifa, anacrônica e recibos sem valor para comprovar ter adquirido o controle acionário da emissora — um negócio que não houve e que até hoje é ignorado pelas autoridades federais, que não possuem documentos mostrando que Marinho realmente comprou as ações.
“Creio que a falsa aquisição será facilmente comprovada se as comissões especializadas do Poder Legislativo requisitarem do Grupo Globo (senhor Roberto Irineu Marinho) o livro de registro dos acionistas presentes às AGEs (Assembleias Gerais Extraordinárias) de 10 de fevereiro de 1965 e 30 de junho de 1976, com a presença e assinaturas de ex-acionistas majoritários mortos de longa data e que, segundo documento firmado pelo próprio sr. Roberto Marinho (tema este muito bem descrito no livro “O Quarto Poder”, do jornalista Paulo Henrique Amorim), compareceram, sim, a esses atos societários ou deram procurações específicas para serem representados até em assembleias futuras”, denuncia o ex-parlamentar.
RESPOSTA DO MINISTÉRIO
“Como o Ministério das Comunicações, em resposta ao Requerimento 135/2014, do eminente senador Roberto Requião (PMDB/PR), atestou que o Sr. Roberto Marinho não comprou 52% do capital social inicial da Rádio Televisão Paulista S/A, hoje, TV Globo de São Paulo, do Sr.Victor Costa Júnior, que não era acionista da empresa, e nem da família Ortiz Monteiro, verdadeira titular desse controle acionário, pacífico que essa trapaça e essas imoralidades só serão esclarecidas com o exame dos documentos acima elencados e que poderão, sem maiores problemas, ser requisitados pelo Poder Legislativo, que tem competência para renovar concessões de emissoras de rádio e de TV (artigos 37 e 223 parágrafos 3º e 4º da Constituição Federal)” – afirmou Jazadji.
Vamos ver se Eduardo Cunha tem coragem de reivindicar esses documentos, que podem esclarecer, de forma definitiva, a usurpação da emissora por Marinho, que lesou os mais de 600 acionistas da antiga TV Paulista, que era uma sociedade anônima.
Entre os acionistas prejudicados está o famoso palhaço Arrelia, que apresentava um programa infantil na estação de TV e não recebeu pagamento pela transferência de suas ações para o nome de Roberto Marinho, com base nas assembleias ilegais de acionistas, convocadas e presididas pelo próprio Marinho, que para tanto fez uso de procurações falsas, em nome dos antigos controladores da S/A, que já tinham morrido há vários anos.
Fonte:tvs do rj