Organização Mundial da Saúde pede que mulheres de países atingidos pelo vírus, especialmente grávidas, e seus parceiros usem camisinha. Entidade volta a defender acesso a aborto seguro para infectadas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta quarta-feira (10/02) que mulheres que vivem em países atingidos pelo vírus zika pratiquem sexo seguro com seus parceiros, especialmente durante a gravidez, segundo a agência de notícias Reuters.
“Até que se saiba mais, todos os homens e mulheres vivendo em áreas onde o zika está presente ou que voltaram desses lugares – especialmente gestantes e seus parceiros – devem ser aconselhados sobre os riscos de transmissão sexual e práticas sexuais seguras”, afirmou a OMS, de acordo com a repórter Stephanie Nebehay, da Reuters. “Estas incluem o uso correto e consistente de camisinha.”
O vírus, que tem sido associado ao desenvolvimento de microcefalia em fetos, já foi detectado em amostra de sêmen. Nos Estados Unidos, autoridades de saúde do Texas confirmaram um caso de transmissão por contato sexual. Segundo a OMS, ainda são necessárias mais evidências para confirmar se o vírus é sexualmente transmissível.
O zika também já foi encontrado no leite materno, mas, segundo a agência da ONU, ainda não há evidências de que o patógeno seja transmitido ao bebê por meio da amamentação.
Pesquisadores da Fiocruz também identificaram a presença ativa do vírus zika em amostras de urina e saliva, mas não confirmaram a possibilidade de transmissão por meio dos fluidos corporais.
Apesar de infecções pelo zika já terem sido detectadas em 30 países, a OMS não sugeriu a imposição de restrições a viagens. A organização, porém, pediu que as mulheres se consultem com seus médicos antes de viajar.
A entidade voltou a defender que mulheres de áreas afetadas pelo zika tenham o direito de fazer aborto. “Mulheres que desejam interromper a gravidez por medo da microcefalia deveriam ter acesso a serviços seguros de aborto legalmente”, afirmou a OMS, segundo a repórter da Reuters em Genebra, onde a OMS está sediada.
“O ultrassom precoce não prevê a microcefalia de forma confiável, exceto em casos extremos”, alertou a agência da ONU sobre a malformação possivelmente ligada ao vírus. No entanto, a organização também transmitiu uma mensagem um tanto quanto tranquilizadora, prevendo que “a maioria das mulheres em áreas afetadas pelo zika darão à luz bebês normais”.
Também nesta quarta-feira, o grupo Catholics for Choice (Católicos por escolha, em tradução livre), com base em Washington, nos EUA, apelou ao papa Francisco que permita que fiéis da igreja “sigam sua consciência” e usem métodos contraceptivos para evitar a gravidez. A organização também pede que mulheres infectadas pelo zika sejam autorizadas a fazer aborto.
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