Um bebê com microcefalia foi abandonado pela mãe no Hospital de Acari, na Zona Norte do Rio, e encaminhado pela 2ª Vara da Infância e Juventude para a Unidade de Reinserção Social Familiar Ana Carolina, em Ramos. A mãe é usuária de drogas e não fez exames pré-natal, segundo os médicos.
Esse abrigo, administrado pela prefeitura, atende crianças de 0 a 6 anos e tem como principal objetivo a reinserção desses meninos e meninas na própria família ou em uma adotiva. Uma das preocupações da administração municipal é com a possível dificuldade para a adoção do bebê nascido com microcefalia, que possui necessidades especiais.
A menina nasceu no Hospital de Acari no dia 5 de janeiro e foi abandonada após o diagnóstico da doença. Ela ficou sob cuidados médicos e teve alta na última sexta-feira. Preocupado com a perspectiva de abandono de outros bebês com microcefalia no Rio, o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Adilson Pires, marcou uma reunião, na próxima quinta-feira, com os juízes das varas de Infância e Juventude e a Secretaria Municipal de Saúde, para discutir o assunto.
No início do mês, três bebês com microcefalia chegaram a ser abandonados em Madureira, mas, segundo funcionários da prefeitura, a juíza Monica Labuto, da 3ª Vara da Infância e Juventude, convenceu as mães a aceitarem seus bebês de volta.
Em Brasília, um boletim divulgado pelo Ministério da Saúde na quarta-feira mostra que o número de casos confirmados de microcefalia ou outras alterações do sistema nervoso subiu 10% em uma semana, de 462 para 508. Desta vez, a pasta deixou de informar a quantidade de notificações em que a relação com o vírus zika ficou provada. No comunicado anterior, esses casos chegavam a 41.
Segundo o Ministério da Saúde, a mudança na metodologia de divulgação se deve ao fato de que a maioria dos 508 casos confirmados de microcefalia se deve ao vírus zika. Continuam sob investigação 3.935 casos de microcefalia. Ao todo, foram feitas 5.280 notificações.
No Estado do Rio, o número de casos suspeitos de microcefalia subiu de 220 para 233 no mesmo período. Desse total, quatro registros foram descartados, e dois, confirmados. Continuam sendo investigados 227 casos notificados.
Fonte: Extra