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Moradora do Mato Grosso conseguiu, na Justiça, mudar o gênero e o nome do filho

22/02/2016
in Justiça, Mato Grosso

Patrícia Santos Dumont – Hoje em Dia

Como essa história veio à tona e vocês descobriram que realmente se tratava de um disforia de gênero?

“Desde muito cedo, com 1 ano e meio, ela já apontava para tudo o que era de menina. Em casa, na TV, na rua. Com 2 anos e meio, ela foi para a creche e a professora chamou nossa atenção porque ela não ficava com sapato, queria usar a sandália das meninas, queria ficar só de camiseta, como se fosse um vestido, guardava a presilha de cabelo das coleguinhas para usar em casa.

Quando descobriu que não podia fazer o balé com as meninas, começou a se isolar. Ficava no canto roendo unha, sozinha, e fazia xixi na calça. Aos 3 anos, teve depressão. O dia em que me desesperei mesmo foi quando a vi com uma tesoura na mão, pronta para cortar o piu-piu. Ela saiu do banho, se enrolou numa toalha e disse “mamãe, quero que você faça uma pepequinha em mim agora.”

E como vocês passaram a agir dali em diante? Quando o diagnóstico chegou?

“Comecei a pesquisar tudo na internet e encontrei um documentário, ‘Meu Eu Secreto’, que traduzia exatamente o que eu estava passando com ela. A história era muito parecida. Descobri o ambulatório da USP e, em 2011, a levei até lá, onde o médico confirmou que tratava-se de um caso de transexualismo.”

Antes disso, até que ela fizesse 5 anos, como vocês lidavam com a situação? Ela conseguia entender e aceitar que havia nascido menino?

“A história é muito longa. Era uma loucura. Eu e meu marido tivemos muitas brigas porque não sabíamos como agir. Ela não tinha culpa de ter nascido assim e sofria muito por ter que se vestir com roupa masculina. A gente deixava ela brincar e se vestir como menina só em casa, mas isso começou a gerar uma dupla personalidade e ela não queria sair mais. No banho, ela tentava esconder o órgão genital, não queria ver. A gente explicava para ela e para o irmão, um ano e meio mais velho, que papai do céu tinha feito ela num corpinho de menino, mas com cabeça de menina.”

E a vida “pós-descoberta”, quando vocês já tinham conhecimento do que se tratava? Como foi na escola?

“Quando voltamos de São Paulo (onde foi dado o diagnóstico), decidimos que ela sairia da escola porque não tinha como levá-la daquele jeito. Tentamos uma outra escola, particular, mas ninguém aceitava. A diretora tinha medo de que os pais descobrissem e tirassem os filhos de lá. Foi o primeiro baque que senti. Fui direto à promotoria, que acatou que ela deveria estudar na escola municipal. Fizemos uma reunião sigilosa e até hoje nenhum coleguinha sabe de nada. Ela não tem nenhuma característica masculina. O cabelo está grande, quase na cintura.”

E com a família?

“Nossa família é de outro estado. Aqui só moramos eu, meu marido e os dois filhos. Eles a viram quando ela nasceu, um bebê, e depois, aos 5 anos. Todos se emocionaram muito, mas não teve ninguém que foi contra, todo mundo entendeu muito bem. Quem a conhece não tem dúvida nenhuma de que é uma menina.”

E agora, quais são os planos de vocês?

“Ela está fazendo o acompanhamento para saber quando entrará na puberdade. Assim que chegar nessa fase, começará o tratamento com hormônios para desenvolver as características femininas. Mais tarde vamos pensar na cirurgia (de mudança de sexo). Enquanto isso, vamos vivendo um dia de cada vez.”

Tags: mato grosso

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