Quando o rico e o pobre se encontram, o rico despreza o pobre pela sua pobreza e estupidez, e o pobre inveja o rico pela sua prosperidade e arrogância. Mas o senhor fez os dois, e e les não têm razão para terem ressentimento um pelo outro. Pois, se a verdade fosse dita, os dois aqui chegaram nus e destituídos, e ambos partirão da mesma maneira.
O rico e o pobre se encontram no nascimento e na morte, e verificamos que eles são iguais em muitas questões importantes. Nasceram da mesma maneira, chegaram pelados, estão inconscientes e ignorantes, são pecadores diante de Deus, são vulneráveis às mesmas doenças, são tentados com os mesmos pecados, e vão se encontrar com Deus após a morte com o mesmo montante de patrimônio.
A diferença financeira entre o rico e o pobre não foi uma decisão deles. O soberano, o Deus criador celestial determinou os fatores econômicos de cada vida antes da fundação do mundo (At 15:18; ICo 4:7; Dn 4:35). Se você não gosta deste fato, sinto muito. Você não consegue mudá-lo, e as escolhas Dele já afetou e sempre afetará a sua vida.
Note bem que neste provérbio nós não estamos falando a respeito da pobreza resultante de ações tolas. Quando o homem é preguiçoso, desperdiçador, e/ou insensato, sua pobreza é sua própria culpa. Mas isto não é o assunto deste provérbio. Há muitos outros provérbios condenando tal conduta. Aqui estamos falando a respeito das diferenças que Deus criou.
Considere o fator mais importante da sua vida econômica. Quem escolheu os pais que você recebeu? Pais bem sucedidos proporcionam suas crianças com uma herança, contatos de emprego, uma educação superior, grandes créditos, ambição, confiança e muitas outras vantagens. Mas a criança nascida com uma colher de prata em sua boca não escolheu isso. Nem a criança nascida de pais mentalmente desafiados lutando para sobreviver!
Quem escolheu a sua cidadania que você recebeu ao nascer? Uma criança nasce numa Etiópia miserável, sem nenhuma oportunidade para nada, e outra criança nasce numa classe média americana com todas as oportunidades. Mas ao infante cidadão de cada um dos países não lhes foi dada a opção de escolher a sua nacionalidade. Deus fez a escolha por ele.
Quem escolheu a sua inteligência e as suas habilidades? Uma criança nasce com QI na faixa de 10% da população, verbal e matematicamente habilitado, com um carisma pessoal e habilidades de liderança. Outra criança nasce na faixa de 25% da população, não lê, não fala, nem faz a matemática bem, e tem uma personalidade fraca e tímida. Deus fez estas escolhas, e não entender esta grande soberania Dele é ser ignorante das realidades da vida.
Quem escolheu o seu campo de desafio e empregador ou negócio? Um homem consegue logo cedo um emprego em uma grande companhia numa indústria em rápida expansão; ela promove internamente os seus funcionários, remunera generosamente o bom desempenho, e adquire opões de ações para os seus empregados. Em vinte anos ele está rico. Outro homem trabalha vinte anos com salários baixos numa indústria decadente e fica desempregado, sem aviso prévio ou benefícios. Ele está desamparado na idade de quarenta anos e não tem para onde ir. Deus fez essas escolhas, e o rico e o pobre precisa reconhecer isto.
Estes exemplos poderiam ser multiplicados muitas vezes por outros fatores. Deus determinou fatores importantes que conduzem ao sucesso financeiro antes de você nascer. Ele fez o rico e o pobre, e eles deveriam tremer diante Dele, e amar e respeitar um ao outro. Nenhum homem conhece o futuro, Mas o Deus celestial conhece, e Ele abençoa ou priva os homens assim. Ele conhece todos os fatores e trata deles de acordo com a Sua vontade.
Mas vamos esclarecer completamente qualquer pergunta que você possa ter a respeito da soberania de Deus relacionada com estes fatores. Salomão declarou o seguinte axioma de vida: “Voltei-me e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes, a peleja, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes o favor, mas que o tempo e a sorte pertencem a todos.” (Ec 9:11). E quem é responsável por este tempo e oportunidade? Salomão também nos deu um provérbio a este respeito; “A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição.” (Pv 16:33).
O rico e o pobre também se encontram em outras circunstâncias. Eles necessariamente se aproximam nas buscas econômicas, pois um não pode existir sem o outro. O pobre contribui com o trabalho, serviço e os negócios para suprir o rico com alimentos, serviços e luxos; e o rico contribui para o pobre com emprego, salários e a compra dos seus produtos.
Se todos os homens fossem ricos ou pobres, as avançadas economias que temos acabariam parando totalmente. Se todos fossem pobres, quem teria o capital para investir? Se todos fossem ricos quem faria a mão de obra? O rico e o pobre se encontram, porque precisam um do outro. E esse relacionamento deveria agradar os dois, o que se aplicaria à igreja, também, onde aqueles que fossem ricos em dons espirituais não desprezariam aqueles menos contemplados (ICo 12:21).
Quando o rico e o pobre se encontram, o rico deveria cuidar do pobre e estar disposto a distribuir da sua abundancia para cobrir as necessidades do pobre, e o pobre deveria estar disposto a honrar e regozijar com o rico pelo bom favor de Deus derramado sobre eles (ITm 6:17-19; At 4:34-37; 2:44-45; Rm 12:15; ICo 12:26). Não deveria haver nenhuma acepção de pessoas por causa de vantagens financeiras na casa de Deus (Tg 2:1-10).
Se divertir à custa dos pobres não é correto, pois seria uma repreensão ao seu Criador (Pv 14:31; 17:5). Pois é o SENHOR que fez tanto os ricos quanto os pobres, como orou Ana (ISm 2:7). Jó sabia que tanto o rico quanto o pobre foram feitos iguais no ventre pela mão de Deus (Jó 31:15; Jó 34:19). Os ricos deveriam tremer, sabendo que Deus pode reduzi-los à pobreza em um minuto; e os pobres não deveriam se desesperar, sabendo que Deus pode enriquecê-los facilmente.
Porque Deus faz um pobre e o outro rico? Ele é SENHOR, e Ele faz de acordo com a Sua vontade (Jó 33:12). Mas ele pode ensinar aos pobres humildade, contentamento, paciência e fé através da pobreza deles. E Ele, da mesma forma, pode ensinar os ricos a necessidade de serem humildes, beneficentes, generosos e agradecidos.
O nosso provérbio deveria nos fazer tremer diante do grande e terrível Deus, Quem faz tudo isso para a Sua própria glória. Ele é o Senhor de todos! E nós deveríamos ser agradecidos por cada bênção que Ele escolheu enviar em Seu eterno conselho em nossa direção. Cada cidadão deste país deveria ser grato por ter nascido na América do Norte. E poderíamos continuar nessa linha de pensamento. Conte as suas muitas bênçãos! Você ficaria surpreso de ver o que o Senhor já fez!
Se você é pobre neste mundo, é bom lembrar que há muito mais pobres do que você pode imaginar. Agradeça a Deus pela Sua generosidade para com você! Se você é rico neste mundo, é bom lembrar que há muitos mais ricos do que você. Agradeça a Deus por lhe fazer lembrar isto e se humilhe.
Quando se fala em salvação, não existe o rico ou o pobre, pois todos os homens são igualmente nus e condenados diante do seu santo Criador e Juiz (Rm 3:23; Gl 3:28). Para Ele não há nenhum acepção de pessoas (At 10:34; Jó 34:19). Ele não fica impressionado, de forma alguma, com a riqueza dos ricos. Eles não podem comprar sua remissão de um só pecado deles.
Nem podem redimir um irmão com a sua riqueza (Sl 49:6-9). Tanto o rico quanto o pobre, o pequeno quanto o grande, ficarão em pé diante da Sua terrível barra de justiça (Sl 49:1-2; Ap 20:12). O homem rico foi para o inferno, e Lázaro, o pobre pedinte foi para o seio de Abraão (Lc 16:19-23). As riquezas nada representam para este juiz. A salvação é do Senhor!
Na realidade, Deus tem escolhido um número muito maior de pobres para serem Seus filhos do que de ricos (ICo 1:26-29; Tg 2:5). Portanto, na igreja de Jesus Cristo, não deveria haver qualquer distinção de classe qualquer, seja econômica, empregado, cor, sexo ou idade. Tanto o rico como o pobre foi feito igual (Tg 1:9-10).
Apesar de que tanto os ricos quanto os pobres serem iguais (Gl 3:28), eles ainda têm diferentes papéis e posições na vida, que ainda precisam ser honrados. O empregado cristão ainda está sob a direção do seu empregador cristão (ITm 6:1-5). E estas diferenças ordenadas por Deus nunca deveriam ser desprezadas ou destruídas. Cada homem deve permanecer em sua chamada natural com o uso diligente de sua posição, talentos, oportunidades e deveres que Deus lhe deu (ICo 7:24).
Como igreja de Jesus Cristo, o SENHOR nos fez e nos comprou a todos. Não há diferenças em Cristo Jesus. Temos a mesma salvação, a mesma esperança, as mesmas dificuldades, e a mesma expectativa futura. Deveria haver amor mútuo, respeito e alegria em cada um e para com os outros. Qualquer outra atitude, como inveja, lutas ou ressentimento, é do inferno. Que a igreja de Jesus Cristo possa prosperar através do amor, e sem qualquer acepção de pessoas.
Leitor cristão, não importa o quão pobre você é nas coisas deste mundo, o Senhor o escolheu em Seu abençoado Filho para a vida e as riquezas eternas. Ele escreveu o seu nome no Livro da Vida, e Ele o predestinou para a glória e a riqueza eterna. Deveríamos ser capazes de cantar os Seus louvores para sempre, pois o nosso céu no futuro excede em muito as riquezas vazias neste mundo perverso. Muito obrigado, Senhor!