Este é só o começo de história, onde o empresário da Odebrecht ainda está se preparando para delatar.
Ex-presidente e sócio do grupo Odebrecht, o empresário Marcelo Odebrecht foi condenado a 19 anos e quatro meses de prisão nesta terça-feira pelo juiz federal Sérgio Moro. Preso desde junho do ano passado pela Operação Lava Jato, Marcelo era o principal representante da família, que atua no ramo desde o século 19.
Essa foi a primeira condenação criminal de Marcelo Odebrecht. Nesse processo, ele foi acusado de ser o “mandante” de vários pagamentos de propina a ex-funcionários da Petrobras com o objetivo de obter vantagens em contratos da estatal. O empresário ainda responde a mais uma ação penal por corrupção na Petrobras e é investigado por pagamentos ilegais ao marqueteiro João Santana, o que pode gerar um novo processo penal.
Marcelo foi considerado culpado por 11 crimes de corrupção ativa, que correspondem a pagamentos de propina aos ex-funcionários da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco, em contratos obtidos pela Odebrecht na Refinaria do Paraná, na Refinaria Abreu e Lima, no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e em contrato da Braskem com a Petrobras.
O empresário também foi responsabilizado por 50 crimes de lavagem de dinheiro, cometidos em repasses de propina e ocultação de recursos provenientes dos contratos da Odebrecht com a petrolífera. Ele também foi responsabilizado pelo crime de associação criminosa.
Em atuação mais sofisticada do que outras empreiteiras acusadas de participação no petrolão, o grupo Odebrecht controlava um esquema próprio de lavagem de dinheiro, em que o dinheiro sujo circulava por pelo menos três empresas antes de chegar aos beneficiários, de acordo com as investigações.