Por Felipe Moura Brasil – Da Veja
Parlamentares e militantes virtuais do PT relançaram na terça-feira a campanha “Lula ministro”.
Nesta quarta, a coluna Painel, da Folha, informa:
“A presidente Dilma Rousseff topou oferecer um ministério a Lula para evitar que ele possa ser preso na Lava Jato por uma decisão de Sergio Moro.
Ministros do círculo próximo tanto da petista quanto de seu antecessor entraram numa verdadeira operação nesta terça-feira para convencê-lo a aceitar a oferta.
No centro do governo, há fortes temores de que a operação possa tentar levar Lula à prisão. Até o início da noite, antes portanto do jantar no Alvorada, ele ainda resistia à ideia.”
Não sei se Dilma realmente lhe daria uma pasta ou se está só posando de acolhedora por meio da imprensa.
Mas esse papo de que Lula “resiste à ideia” de ter foro privilegiado do STF petista pode servir a dois objetivos:
1) para depois ele posar, se virar ministro, como alguém que foi convencido pelos outros, eximindo-se da responsabilidade direta de amarelar para Sergio Moro.
2) para depois ele posar, se não virar ministro, como alguém que tinha a opção de fazê-lo e, mesmo assim, preferiu ficar à disposição das autoridades.
O fato é que Lula está em Brasília tramando com Dilma a melhor forma de ambos se salvarem.
Se dependesse só dele, emplacaria seus camaradas Paulo Teixeira ou Wadih Damous no Ministério da Justiça; o problema é que uma escolha tão escancarada para blindar Lula pode ser um desgaste político fatal para o governo moribundo de Dilma (que, com medo da perda progressiva de apoio, cogita até apressar o rito de impeachment para tentar se livrar de uma vez do processo).
Se o próprio Lula virasse ministro da Justiça para barrar as investigações de que é alvo, aí então seria o apogeu do escárnio petista.
O cálculo de Lula e Dilma, portanto, têm de levar em consideração a situação política e penal de cada um e do PT.
A de Lula ficou ainda mais complicada com a descoberta de uma troca de e-mails entre um diretor do Instituto Lula e executivos da OAS, que indicam um pagamento de US$ 200 mil por suposta palestra do petista no Chile antes da formalização do contrato.
Até o fim da madrugada, a Lava Jato ainda não tinha ido prender Lula.
Em todo caso, é melhor a força-tarefa correr.