A primeira etapa da Operação Kairós, deflagrada nesta terça-feira (22), em Porto Velho, foi concluída com a apreensão documentos na sede da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd), cumprimento de ordem judicial para afastamento de servidores e suspensão de atividade de pelo menos dois contadores.
As investigações que resultaram na operação iniciaram após estudos determinados pelo governo do estado para avaliar a situação da empresa.
Ao comentar o resultado da operação, o secretário de estado da Segurança, Defesa e Cidadania, delegado Antônio Carlos dos Reis, lembrou que no início do segundo mandato, o governador Confúcio Moura pediu aos secretários e chefes de autarquias apurem desvios de conduta que comprometam o governo.
“A nova diretoria da Caerd detectou falhas internas e encaminhou relatórios para a Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas)”, explicou Reis durante entrevista coletiva.
O secretário disse ainda que foram apreendidos muitos documentos que demandarão a designação de uma força-tarefa para analisar todos eles.
Após revelar que esta é uma etapa da investigação, Reis concluiu afirmando que o governo de Rondônia “corta na própria carne para fazer uma administração transparente”.
MANOBRAS
Na explanação que fez sobre a operação policial, o delegado Marcos Vinícius Alves Filho detalhou que as investigações confirmaram a existência de manobras licitatórias, no âmbito da Caerd, para favorecer a um grupo de empresários do ramo da construção civil.
Marcos Vinícius destacou que, neste momento, o inquérito que ele próprio preside tem foco nos documentos e funcionários que concorreram para que as irregularidades nas licitações acontecessem. Na fase seguinte, afirmou, os alvos serão os demais envolvidos.
A Operação Kairós cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos locais, além de informar que, através de ordem judicial, sete servidores estão afastados das funções na Caerd, dois ex-funcionários estão proibidos de entrar nas dependências da companhia e dois contadores tiveram as funções profissionais suspensas.
A criação da Draco, na avaliação do diretor-geral da Polícia Civil, delegado Elizeu Muller, uma conquista no trabalho de combate à corrupção. Ele apontou ainda o governador Confúcio Moura como o principal entusiasta para que a delegacia fosse implantada.