Reflexo
“Essa alta de casos no Icesp é um reflexo do aumento de H1N1 na cidade. O que acontece é que isso se torna mais importante nos pacientes com câncer, porque eles têm risco maior de evoluir para quadros graves de doença”, diz Abdala.
A partir da identificação do crescimento de infecções, o hospital determinou o isolamento dos pacientes com suspeita da doença e adotou medidas de contenção do vírus, como a distribuição de máscaras, recomendação de higienização constante das mãos e orientação para que pessoas com sintomas da gripe evitem fazer visitas na instituição.
Segundo Abdala, as ações de contenção do vírus no hospital atingem pacientes, visitantes e funcionários com foco na identificação precoce dos casos suspeitos. Destacam-se ainda campanhas educativas.
“Também identificamos profissionais com sintomas respiratórios. Nessas situações, o mais importante é afastar o colaborador. A gente começou as ações no dia 9 de março e, com as medidas, notamos uma diminuição importante de casos”, diz o coordenador do serviço de controle de infecção.
Ele afirma que os dados referentes a funcionários ainda não estão disponíveis para divulgação, mas que a vacinação dos servidores está sendo feita com agilidade. “Uma medida muito importante foi antecipar a campanha de vacinação, que começou na segunda-feira. Em dois dias, vacinamos quase 2,5 mil funcionários, mais da metade do total.”
Preocupação
Diagnosticada com câncer de mama em fevereiro, a dona de casa Ivone Gonçalves Simões, de 69 anos, passa por consultas e exames pré-operatórios no Icesp, mas teve de procurar o pronto-socorro da unidade no sábado por outro problema.
“Sentia muita fraqueza, tosse, dor no corpo e no peito. Vim aqui e me disseram que pode ser H1N1, mas o exame só sai em seis dias. Aí me liberaram no domingo porque disseram que podia ser mais perigoso ficar no hospital”, contou ela, que recebeu o medicamento oseltamivir para finalizar o tratamento em casa.
Terça-feira, no entanto, a paciente procurou novamente a unidade porque continuava com o mal-estar. “Não sei o que é isso mas sinto que não melhoro”, disse ela, que usava uma máscara cirúrgica para evitar a disseminação do vírus e se proteger de novas infecções.
O uso do item foi recomendado pelos médicos a diversos pacientes e acompanhantes. “Desde sábado, ninguém pode subir para a UTI sem a máscara”, diz a psicóloga Luana Santos, de 25 anos, que foi visitar a mãe, internada no hospital com câncer de mama.
Surpresa
A dona de casa Fátima Rosa dos Santos, de 49 anos, que faz quimioterapia no hospital contra tumores no cérebro e na mama, também foi surpreendida pela gripe. “Não sei se foi aqui dentro ou fora, mas no pronto-socorro tem vários casos. Já comecei a tomar o Tamiflu”, conta ela. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. (AE)