Em recuperação de uma cirurgia no fêmur, Pelé não está ausente dos assuntos mais importantes relacionados ao futebol. O maior jogador de todos os tempos, em entrevista exclusiva ao “SporTV News”, analisou a atual situação do esporte no país e se mostrou apreensivo pela responsabilidade total ficar sobre apenas Neymar na seleção. Além disso, o ex-jogador do Santos criticou a forma como os jogadores agora ficam nas mãos de empresários.
Destaque no mundo pelos gols e facilidade que todos têm para jogarem juntos, o trio MSN, formado por Messi, Suárez e Neymar, no Barcelona tem chamado a atenção. Pelé, quando foi questionado se esse trio era melhor do que ele atuou no Santos, ao lado de Coutinho e Pepe, preferiu não opinar. Mas o Rei não deixou de fazer um alerta como o Brasil atualmente não tem tantos craques e Neymar vira sempre o centro das atenções.
– Aí não dá (risos). Você está brincando. Você quer brincar comigo. Em termos de Brasil, é triste a gente ver só falarem do Neymar. Faz cinco anos e só falam do Neymar. No nosso tempo, em cada time você escolhia cinco jogadores. Tinha o Zico, Pelé… – disse o Rei do futebol.
– Antigamente os jogadores tinham orgulho de jogar na seleção para se tornarem conhecidos. O que assusta, o que deixa a gente preocupado é realmente isso. A falta de lealdade com o país, porque hoje, eu já falei uma vez e vou repetir agora, pois me deixa triste. Os clubes não têm capacidade de administrar e manter os jogadores e eles fazem acordo com empresários. São os empresários que colocam e tiram. Não temos jogadores no Brasil, porque a maioria deles está nas mãos de empresários – analisou.
Em sexto colocado nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2018, posição que lhe tiraria pela primeira vez da competição, o Brasil vive uma crise, com a desconfiança dos torcedores. Pelé acredita que isso também é fruto do que o país vive, fora da esfera do esporte.
– Infelizmente é o momento que o país vive. É um resultado do que a gente tem passado no país. Essa falta de tranquilidade, segurança terrível, criminalidade alta. Isso faz com que o próprio jogador brasileiro, ele não se preocupa de sair. No futebol, ganhar ou perder sempre foi do jogo. Perdemos Copas, mas não foi tão difícil como agora – desabafou.
Do G1