Pessoas que acreditam que as sua vida financeira está abalada podem sentir mais dores físicas do que aqueles que se sentem seguros financeiramente, de acordo com uma nova pesquisa publicada no jornal da Associação para a Ciência Psicológica.
As descobertas indicam que esta ligação pode ser devida, pelo menos em parte, por não se sentir no controle da própria vida.
Segundo os pesquisadores, os resultados revelam que a dor física por estar inseguro economicamente é real. Isso porque, eles comprovaram, que a insegurança econômica produz dor física, reduz a tolerância à dor e aumenta o consumo de analgésicos.
Funcionaria da seguinte forma, o sentimento de insegurança econômica levaria as pessoas a não se sentirem mais no controle da própria vida, o que acarretaria na ativação de processos psicológicos associados com ansiedade, medo e estresse. Esses processos psicológicos têm se mostrado similares aos mecanismos neurológicos das dores subjacentes.
Os estudos
Foram coletados dados de 33.720 indivíduos de um painel de consumidores diversos que revelou que as famílias em que ambos os adultos estavam desempregados gastaram 20% mais com analgésicos em 2008 comparados àquelas em que pelo menos um adulto estava trabalhando.
Um estudo online com 187 participantes indicou que duas formas de insegurança econômica – desemprego do próprio participante da pesquisa e os níveis de insegurança econômica do estado – estavam correlacionados com os reportes de dor dos participantes, mensurados através de uma escala de dor com quatro itens.
Em outra pesquisa online, os participantes que se lembraram de um período de instabilidade econômica reportaram quase o dobro de dor física que os participantes que se lembraram de um período estável.
Este padrão de descobertas continuou mesmo depois que os pesquisadores olharam para outros fatores, que incluem idade, empregabilidade e negatividade de cada um.
Evidencias de um estudo laboratorial sugerem que a insegurança econômica também pode estar ligada com a tolerância à dor.
Participantes estudantes que eram solicitados a pensar sobre um mercado de trabalho incerto mostraram uma diminuição na tolerância à dor – que foi medida através do tempo que eles conseguiam manter a mão em um balde de gelo de forma confortável. Estudantes que foram solicitados a pensar sobre entrar em um mercado de trabalho estável não mostraram mudanças na sua tolerância à dor.