Depois de pesquisas reconhecerem a relação do zika vírus com o surto de bebês com microcefalia no Brasil, a ciência provavelmente encontrou um padrão nesses casos. Um estudo pernambucano identificou cálcio em uma localização não usual do cérebro de recém-nascidos com a síndrome.
Zika e os bebês com microcefalia
A descoberta foi feita após os pesquisadores analisarem exames de tomografiacomputadorizada e ressonância magnética de 23 pacientes atendidos pela unidade da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) no Recife.
Em todos eles, a calcificação foi identificada em uma área cerebral menos frequente da verificada nos casos em que a malformação congênita é causada por outras infecções. Além disso, pequenas e múltiplas cicatrizes graves e um espessamento do córtex na parte anterior do cérebro também foram observados nas crianças.
O estudo, conduzido por três instituições de Ensino Superior de Pernambuco (UFPE, UPE e Uninassau) e por pesquisadores vinculados à AACD e ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), foi publicado recentemente no periódico British Medical Journal.
Ministério da Saúde orienta gestantes
No início deste mês, o Ministério da Saúde atualizou o número de casos confirmados de bebês com microcefalia no país. Ao todo, 1.113 ocorrências de malformação congênita foram reconhecidas. As confirmações ocorreram em 416 municípios de 22 estados diferentes, sendo a maioria na região Nordeste.
Desde o início das investigações, em outubro de 2015, houve 7.015 notificações. Dessas, 2.066 foram descartadas e outras 3.836 ainda estão em fase de investigação. Do total de casos confirmados, 189 tiveram confirmação laboratorial para o zika vírus.
No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa adequadamente a totalidade do número de ocorrências relacionadas à doença. Ou seja, a pasta considera que houve infecção na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
No mesmo período, foram registrados 235 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação. Desses, 50 foram confirmados para a malformação congênita, outros 155 continuam em investigação e 30 já foram descartados.
O Ministério da Saúde orienta as gestantes a adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e a se protegerem da exposição aos insetos, mantendo portas e janelas fechadas ou com telas, usando calça e camisa de manga longa e aplicando repelentes permitidos para grávidas.
Fonte: Vivo Mais Saúde