Um aleijado tentando andar, correr ou dançar é um espetáculo horrível! Suas pernas não funcionam como um par coordenado. Não sendo iguais no comprimento, força ou coordenação, eles fazem com que seus movimentos sejam absurdos, contraditórios, ridículos e desvantajosos. Da mesma maneira, um tolo usando parábolas ou provérbios para ensinar sabedoria é um absurdo, contraditório, ridículo, e inútil (Pv 26:1-12)!
Parábolas e provérbios são enigmas do sábio (Pv 1:5-6; Sl 78:2). Eles são os meios cuidadosamente elaborados de ensinar sabedoria em poucas palavras, com uma força impressionante. Extraídos do dia-a-dia da vida, eles têm um sentido figurativo o que requer habilidade e entendimento para interpretar e explicar. Composto de símiles e metáforas interessantes para despertar interesse e desafio, eles são demais para um tolo, que é um homem sem entendimento ou sabedoria.
Tolos deviam ser ensinados; eles nunca devem ensinar. Tolos devem ouvir; não devem falar. Portanto, eles não devem ter a honra de uma audiência pública para os seus balbucios (Pv 26:1,8). E devem ser ignorados ou calados por sábias repreensões (Pv 26:4-5). A falta de bom senso e/ou de entendimento espiritual lhes nega qualquer direito de tomar as coisas profundas da palavra de Deus e coloca-los em suas bocas. Seus hábitos pecaminosos e o tratamento que dão a questões religiosas os impede de tocar nas coisas santas Dele. Fariam melhor e seriam percebidos com mais bondade se mantivessem as suas bocas fechadas (Pv 17:28)!
Mas é impossível fazê-los calar, ouvir e aprender – eles precisam balbuciar na sua ignorância – pois essa é uma das características principais de um tolo (Pv 15:2; Ec 5:3; 10:3; 10:12-14). Identificar tolos é muito fácil; tudo que você precisa fazer é ouvir aquele que mais fala. Assim, tolos, tanto nos púlpitos como nos bancos se apropriam da Palavra de Deus e tentam ensinar sabedoria.
Um tolo pensa que o som e o sentido das palavras são iguais – não necessitam de interpretação – e, por isso o aleijão tropeça, sem preparo! Mordidas sonoras são suficientes para o tolo! Porque se preocupar com o contexto ou da intenção espiritual das palavras, argumenta: a Bíblia significa aquilo que diz, e diz aquilo que significa. Ele desconhece ou não entende o trabalho do ministro de ler de maneira distinta e dar o entendimento do que leu (Ne 8:8; Ec 8:1; IIPe 1:20).
O tolo pensa que ler e estudar são a mesma coisa – ele presume que pensar e estudar são a mesma coisa – e assim o aleijão tropeça sem qualquer preparo. Qualquer pessoa deveria poder dar sua opinião numa determinada questão, ele argumenta; todos nós somos filhos de Deus e temos o Espirito para interpretar e ensinar a verdade. Ele nem tem as aptidões dadas por Deus para a obra, nem investe a transpiração para guardá-lo da vergonha doutrinária (Pv 15:28; ITm 3:2; 4:13-15; IITm 2:15; Tt 1:9).
O tolo abre bem a sua boca e arrota doutrinas e princípios – mas a sua vida nunca corresponde às escrituras que ele usa – assim o aleijão tropeça e cai na sarjeta da hipocrisia. Ele engana alguns com sua alta voz de fé e sabedoria, mas o Senhor Jesus Cristo desmascarará a sua nudez no Dia do Juízo (Mt 7:21-23). Ele deixa a desejar quanto aos principais deveres de um professor – ser um exemplo da verdade (ITm 4:12,16; Tt 2:7).
Este provérbio é literalmente verdadeiro? Até o dia em que você ouvir um tolo espiritualizando com Cantares ou a parábola do Bom Samaritano, você não consegue apreciar o quão ridículo pode ser a dança do aleijão! Até o momento que você ouvir um tolo abusando e torcendo as palavras proverbiais, “Não havendo profecia, o povo se corrompe” você não vai entender o perigo e a tolice do aleijão equilibrado no braço de uma balança! Veja os comentários de Provérbios 29:18!
Leitor, que lição você extraiu aqui? Ser rápido no ouvir e lento no falar (Tg 1:19). Não seja impaciente em ser um professor, pois eles receberão uma condenação maior (Tg 3:1). O silêncio vale ouro, especialmente se Deus ou os homens não o chamaram para ser um professor (Hb 5:4). Certifique-se de que a sua vida fala mais alto do que as suas palavras (Mt 23:14-15).
O nosso Senhor Jesus não era nenhum aleijão! Suas pernas tinham o mesmo comprimento e eram muito fortes! Seu uso prudente e suas interpretações de parábolas e provérbios eram excepcionais! Ele foi maior do que Salomão! Sua habilidade e poder em ensinar fez com que homens tremessem de espanto e evitassem perguntas (Mt 7:28-29; 22:46; Lc 4:22; Jo 7:46). Dêa Ele a glória devida ao Seu nome!