Muitas pessoas acham que o maior problema bucal são as cáries, mas depois dos 35 anos elas tendem a reduzir. “Após essa idade, as doenças periodontais, como a gengivite e a periodontite são os quadros bucais mais frequentes”, considera o cirurgião dentista Rodrigo Bueno de Moraes, especialista em periodontia e consultor científico da Associação Brasileira de Cirurgiões-dentistas (ABCD).
Dentre essas doenças, o estágio mais grave é a periodontite, em que as bactérias acumuladas na boca devido à má escovação se calcificam nos dentes, formando o cálculo dental. “Além de produzir irritação, ele propicia o acúmulo de mais placa bacteriana, em um círculo vicioso”, considera o cirurgião-dentista Sidnei Goldmann, especialista em implantes e estética bucal. Essas bactérias passam então a destruir as estruturas que sustentam os dentes, começando pela gengiva e chegando até os ossos.
Quando a doença chega a esse ponto, nem sempre é possível reverter os danos já causados. Portanto, veja alguns sintomas de que a gengivite (estágio inicial da doença) evoluiu para uma periodontite:
Principais sintomas da periodontite
Se a ação das bactérias não for parada quando chega a esse ponto, o dente pode cair. O amolecimento dos dentes causado pela periodontite pode se assemelhar em sensação à queda de um dente de leite. No entanto, o dente de leite realmente não tem grandes ligações com a gengiva, já que ele é feito para cair. Já o dente permanente é ligado à arcada dentária através de ossos e ligamentos, o que torna sua queda algo muito mais grave.
2. Dentes alongados
3. Aumento da sensibilidade
4. Formação de bolsas nas gengivas
Para o odontologista Rodrigo de Moraes, seu aparecimento pode ser um fator que ajuda no diagnóstico mais precoce da doença, já que o incômodo costuma ser um fator que leva o paciente ao consultório do dentista.
7. Alteração do paladar
O excesso de placa bacteriana e bactérias também podem até alterar o sabor dos alimentos. Outro fator que ajuda nessa mudança dos sabores é a má higienização da língua, consequente da má escovação, que também passa a acumular bactérias e resto bacterianos, tendo sua função alterada.
A importância da prevenção
Prevenir a periodontite é fundamental, pois quanto mais ela destrói os ossos e ligamentos dos dentes, mais difícil de reverter ela se torna. No entanto, a doença periodontal sempre começa como uma gengivite, que é quando as bactérias começam a se acumular na superfície dos dentes devido à má escovação, formando o chamado biofilme dental (popularmente conhecido como placa bacteriana).
Após o período que dura entre 7 e 21 dias ele endurece, formando o chamado cálculo. “Esses micro-organismos inflamam a gengiva, que fica vermelha e propensa a sangramentos”, descreve Flavia Cury. O problema é que muitas pessoas tendem a considerar esse sangramento algo banal e não procuram ajuda do dentista, que é o único capaz de remover esse cálculo de bactérias e impedir a progressão da doença.
Escovar bem é preciso
Além disso, a escovação adequada é o mais indicado para prevenção da gengivite e periodontite posteriormente. O mais indicado é usar a escova com cerdas planas e macias. “Recomenda-se que você posicione a escova de forma transversal sobre a superfície dos dentes e a incline em 45 graus no sentido da gengiva, para as cerdas penetrarem um milímetro no espaço do dente com a gengiva”, descreve Rodrigo de Moraes. Nessa posição, o especialista ensina a fazer movimentos curtos e vibratórios, com entre cinco a seis repetições.
A escovação da língua deve ser feita com a mesma escova, mas com movimentos diferentes. “Você deve posicionar a escova no fundo da língua – mas sem causar ânsia – e trazê-la sempre para frente”, explica o especialista.