As vendas de aparelhos de televisão no Brasil caíram 28% em volume no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2015.
O faturamento do comércio com o segmento também teve queda, de 5,6%, segundo a consultoria Gfk.
“É um mercado que, em geral, anda muito conectado à crise. As pessoas não se sentem seguras para gastar e o varejo sofre com a demanda represada”, analisa Rui Agapito, executivo da consultoria.
SINAL FRACO – Vendas de TVs têm trimestre ruim
Como a compra de televisores está atrelada à oferta de crédito, o consumo sente o baque, diz Vitor França, economista da FecomércioSP. Em São Paulo, o segmento de bens duráveis caiu 15% em faturamento no ano passado.
“Nosso trimestre foi pior que o do varejo. A indústria vendeu cerca de 40% a menos ao comércio e ficamos com estoque”, diz Lourival Kiçula, presidente da Eletros (de fabricantes de eletrônicos).
“Com a Copa de 2014, nossa produção aumentou bastante e ainda conseguimos aproveitar parte de 2015. Daí para frente, a demanda do varejo só decresceu. Talvez, com a mudança de governo, a confiança volte.”
Se o mercado como um todo deu sinais fracos, os modelos modernos ganharam os lares. As smart TVs (conectadas) venderam 6,4% mais no trimestre e agora respondem por cerca de 50% das vendas.
“O segmento cresce devido, principalmente, à maior procura do telespectador por novos tipos de conteúdos, como Youtube e Netflix”, diz Sergei Epof, da Panasonic.
Quem busca um equipamento novo agora já procura direto pelos aparelhos com mais recursos, diz Roberto Barboza, diretor do segmento na LG. Neste ano, cerca de 85% do portfólio de televisores da empresa será smart.
Fonte:Folha de São Paulo
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