Câncer e celular podem estar ligados cientificamente. Essa é a conclusão do estudo do National Toxicology Program (NTP), do governo dos Estados Unidos.
A pesquisa expôs camundongos à radiação produzida pelos celulares, desde a gestação até a vida adulta. Ao final, observou-se um leve aumento na incidência de dois tipos de tumores nos animais do sexo masculino.
A descoberta confirma a hipótese levantada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC, na sigla em inglês), que percebeu um aumento do aparecimento de “gliomas” (tumor cerebral que atinge células que protegem os neurônios) e “schwannomas do coração” (tumores que afetam nervos periféricos), os mesmos identificados nos camundongos.
Outro ponto interessante do estudo é que a radiação parece não ter os mesmos efeitos sobre camundongos do sexo feminino e que, quando expostos a esse risco no útero, os filhotes nascem com um peso levemente menor que o normal.
Os resultados em animais nem sempre se confirmam em seres humanos, lembra o jornal americano The Wall Street Journal. Por isso, ainda é preciptado afirmar categoricamente que o celular causa câncer em humanos.
Para o NTP, a pesquisa é relevante e merece atenção, mesmo nesse caso, em que há uma alteração pequena da incidência de câncer.
A importância da descoberta, segundo os pesquisadores, se justifica pela grande quantidade e variedade de pessoas que usam celulares no mundo todo.
Uma briga científica
Há menos de um mês, uma pesquisa australiana constatou que não havia aumento da incidência de tumores cerebrais em virtude do uso do celular.
O grupo de cientistas da Universidade de Sidney cruzou dados sobre a incidência de câncer cerebral entre 1982 e 2013, com o número de usuários de telefones celulares desde 1987 (quando os telefones móveis chegaram à Austrália).
Foram quase 20 mil homens e mais de 14 mil mulheres analisadas, todos apontando que a saúde deles não sofreu interferência da telefonia.
Fonte: Revista Exame