Das doenças relacionadas ao tabagismo, talvez as mais silenciosas sejam aquelas que afetam o cérebro. O fumo aumenta substancialmente o risco de acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame, e de ruptura de aneurismas cerebrais, duas condições gravíssimas e que não costumam apresentar sintomas perceptíveis para os pacientes. O alerta é feito pelos neurologistas do Instituto de Neurocirurgia e Neurologia da Amazônia Ocidental (INAO), de Porto Velho, que aderiram à campanha da Organização Mundial da Saúde (OMS) neste 31 de maio, “Dia Mundial Sem Tabaco”.
“Os efeitos do cigarro no sistema nervoso central aumentam o risco de AVC, ocasionam irritabilidade, cefaleia, transtorno do humor, risco de trombose cerebral e até demência”, explica a neurologista do INAO Lalsemi Luiza Silva, que atua no Hospital de Urgência e Emergência de Cacoal (HEURO). E o risco não é pequeno.
De acordo com dados produzidos da Secretaria de Saúde do estado de São Paulo, dois terços dos casos de ruptura de aneurisma estão diretamente relacionados ao tabagismo. O aneurisma é caracterizado por uma dilatação anormal de uma artéria, que pode bloquear o fluxo sanguíneo numa determinada região do cérebro, ou até mesmo se romper, causando hemorragia.
Além disso, o fumo duplica os riscos de AVC porque causa endurecimento (arteriosclerose) das paredes das artérias e faz com que o sangue fique mais propenso a coagular e desencadear o acidente vascular. E voltar fumar após ter sofrido um derrame aumenta em até três vezes o risco de morte.
Por isto em 2016 a campanha da OMS para este Dia Mundial Sem Tabaco é focada na alteração das embalagens de cigarro. Sob o lema “Preparem-se para a embalagem simples”, a organização apelou aos países que proíbam o uso de logotipos, cores, imagens de marca e informação promocional nos maços de tabaco. Para a OMS, os maços devem exibir apenas o nome da marca e do produto com uma letra padrão num fundo de cor pré-definida, para reduzir a atratividade do produto.
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