O 3º Grupamento de Bombeiros de Vilhena (RO) recebe, em média, 300 trotes por mês através de ligações no número 193. Segundo a corporação, a maioria dos telefonemas é realizada por crianças. Em uma ocorrência registrada no ano passado, os bombeiros percorreram 100 quilômetros por causa da chamada de um possível incêndio em uma madeireira.
O subtenente do Corpo de Bombeiros, Eron Schwantes, explica que o horário de maior número de chamadas falsas acontece na entrada e saída das escolas. “Eles dizem que teve incêndio na residência, que teve um acidente. Alguns até juntam em turminha e simulam pessoas gritando ao redor”, conta.
Nos casos de crianças, a corporação age com desconfiança e confirma a ocorrência, pois há o registro do número do telefone. “Costumamos retornar para saber se é verdadeiro o fato. Mas há também adultos que fazem o trote e são bem convincentes, aí deslocamos pessoal e viatura ao endereço em vão”, salienta.
O subtenente ressalta que os trotes representam prejuízos financeiros, além de riscos às pessoas que realmente precisam de ajuda, e até para a própria equipe. “Em caso de acidentes graves ou incêndio, precisamos fazer o deslocamento acima da velocidade da via. É uma vida em risco ou bens que a pessoa demorou a vida toda para conquistar. Minutos fazem toda a diferença”, enfatiza.
O bombeiro militar lembra-se de uma situação recente, onde uma criança ligou para o 193. O profissional retornou e falou com a mãe, pedindo que aconselhasse o filho. No entanto, ele voltou a passar trote à corporação. “A família é o alicerce e tem que dar educação aos filhos. Se um filho faz um trote e outro familiar precisa realmente de ajuda, o atendimento poderá ser prejudicado”, conclui.
De acordo com o artigo 266 do Código Penal Brasileiro, passar trote é crime e pode levar a pena de detenção de um a três anos, além de multa.
Do G1