O Amazonas fechou os cinco primeiros meses do ano com uma redução de 20,7% no número de casos de malária, em comparação com o mesmo período do ano passado.
A informação é da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), vinculada à Secretaria Estadual de Saúde (Susam). De acordo com a FVS, de janeiro a maio de 2016, foram registrados 19.563 casos da doença no Estado, contra 24.697, em igual período de 2015.
O secretário estadual de Saúde, Pedro Elias de Souza, considera os resultados extremamente positivos, mas alerta que as medidas de prevenção devem ser intensificadas, para que o número de casos se mantenha sob controle, sobretudo neste período do ano, quando tem início a fase de maior risco de transmissão da doença.
De acordo com o diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, esse resultado positivo demonstra que os municípios implementaram suas ações de combate e prevenção, previstas no Plano Plurianual de Prevenção e Controle da Malária.
“A redução de 20% dos casos de Malária, se deu mediante o apoio do Governo nas ações de controle, por meio de aquisição de equipamentos e material que foram destinados aos municípios, tais como bombas aspersoras, veículos fluviais e terrestres, microscópios para ampliação da rede de diagnóstico, fortalecendo a estrutura para o diagnóstico precoce e tratamento adequado e imediato das populações que moram em locais de risco para doença”, disse Bernardino.
Estratégias diferenciadas
Albuquerque salienta que o trabalho deve ser contínuo para buscar fechar o ano de 2016 com redução. “Estratégias diferenciadas de impacto que serão utilizadas para obtenção de uma maior redução no número de casos têm sido intensificadas como, por exemplo, a aquisição de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração, para serem utilizados nas áreas maior incidência da doença, no período sazonal de maior risco de transmissão, que começa neste mês de junho e vai até setembro”, explica o diretor.
Ele ressaltou que em duas ocasiões, entre o final do ano passado e o início deste ano, o Governo do Estado reuniu prefeitos e secretários municipais de Saúde dos municípios prioritários – que registram o maior número de casos da doença – com o objetivo de solicitar um maior engajamento nas ações de controle da Malária, para garantir o alcance das metas de redução pactuada para 2016.
Segundo o chefe de Departamento de Vigilância Ambiental (DVA- FVS), Cristiano Fernandes, é preciso manter os ganhos obtidos de redução nos casos de Malária. “É fundamental continuar a vigilância. A doença se apresenta, no Estado, com uma distribuição geográfica e epidemiológica bastante heterogênea, com diferenças marcantes em função das características das particularidades de ocupação da região”, explica Fernandes.
São Gabriel
Localizado na região do Alto Rio Negro, São Gabriel da Cachoeira vem apresentando uma transmissão bastante dinâmica da Malária e diferente do padrão observado nos demais municípios do Estado, o que gerou uma maior atenção por parte das áreas técnicas da FVS, no sentido de fortalecer as ações de controle da doença. Dentre os municípios prioritários, São Gabriel foi o único que não conseguiu atingir as metas do plano de ação para enfrentamento desta endemia.
Entre janeiro e maio, São Gabriel registrou 4.535 casos de Malária, um crescimento de 126% em relação ao mesmo período do ano passado. “Outra questão importante que deve ser avaliada, na análise desse crescimento, está relacionada ao deslocamento de determinadas populações do município, associado ao extenso período de seca, o que dificultou a adoção das medidas de controle da doença”, disse Fernandes.
Capital
O boletim da FVS-AM acrescenta, ainda, que na capital amazonense, os casos de Malária apresentaram um aumento de 86% no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período de 2015. De janeiro a maio do ano passado, foram registrados 2.193 casos de doença, em Manaus, contra 4.099, em igual período deste ano.
O incremento, informa a FVS, deve-se ao aumento no número de invasões, o que provocou impactos em áreas verdes da capital, favorecendo a transmissão da doença. Esse aumento foi registrado de janeiro a março, mas os números já apresentaram declínio nos meses seguintes, resultado do investimento por meio da intensificação das ações de combate, já observado desde abril.
O Estado conta com 1.115 postos de microscopia distribuídos em todo o Amazonas, nas áreas urbanas e rurais, incluindo as comunidades mais remotas e de difícil acesso. Esta estratégia garante um dos princípios básicos do Sistema Único de Saúde, que é a universalidade e o acesso ao diagnóstico e tratamento precoce e direcionado à espécie de plasmódio.
Fonte:Portalamazônia