Nos últimos 10 anos, a frota de veículos de Rondônia cresceu 189,81%, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Em 2005, havia 297.234 veículos registrados pelo órgão, enquanto em 2015, esse número saltou para 861.422. Dentro desse contexto, o emplacamento de motocicletas aumentou 201,93%; já o de automóveis subiu 188,88%, neste mesmo período.
Esse crescimento aliado ao desordenamento do trânsito, péssimas condições de vias, ruas estreitas, motoristas que não respeitam a sinalização está gerando problemas para a saúde do estado. Somente no Pronto-Socorro e Hospital João Paulo II (JP-II), 5.632 pessoas deram entrada vítimas de acidentes de trânsito no ano passado. As vítimas de motocicletas são maioria e a na comparação entre carro, a diferença no número de vítimas supera os 800%.
As facilidades de crédito, financiamentos, consórcios e os problemas do transporte público fizeram com que muitas famílias optassem pela compra da própria condução. É o caso da estudante Jaqueline Duarte, de 21 anos, que ganhou o primeiro veículo ao ingressar na faculdade. “Como a faculdade fica muito contramão, minha mãe resolveu me presentear com o carro. É muito difícil utilizar os ônibus aqui em Porto Velho e com o carro a locomoção se torna mais fácil”, diz a estudante. Até maio deste ano, somente em Porto Velho já havia emplacado pelo menos 98.912 motocicletas. Automóveis são 110.283.
Assim como Jaqueline, muitos estudantes optam pelo veículo particular à utilizar o transporte público. A pressa desses jovens em sair do trabalho e chegar até a escola ou faculdade, os colocam como maiores vítimas de acidentes de trânsito, principalmente os motociclistas que só têm o próprio corpo como proteção. No ano passado, dos 5.632 pacientes lesionados no trânsito atendidos no Pronto-Socorro João Paulo II, 4.402 eram vítimas de acidentes de motocicletas. As colisões com automóveis levaram 660 pessoas para a unidade de saúde, enquanto bicicletas somaram 570.
Comparando os primeiros meses de 2015 com este ano, houve um pequeno decréscimo de 7,02% nos atendimentos a vítimas de trânsito. No entanto, ao comparar as vítimas de acidentes de motocicletas e automóveis, a diferença chega a ser assustadora.
De janeiro a maio do ano passado, foram 259 vítimas de automóveis, frente a 1.709 de motocicletas. O percentual de diferença entre os dois chega a 559,84%. Nos primeiros cinco meses deste ano, a disparidade cresceu mais ainda. As vítimas de acidentes de carros reduziram para 171, e de motos para 1.589. Com isso, subiu para 829,23% a diferença entre as vítimas dos dois tipos de veículos.
O diretor JP-II, Carlos Eduardo Rocha Araújo, conta que aos finais de semana o número de vítimas de acidentes de trânsito é maior. Ele acredita que a imprudência, principalmente com a falta de respeito às regras de trânsito são os maiores causadores dos acidentes. “Eu como motorista vejo muita imprudência no trânsito. Aqui no hospital, a gente tenta a todo custo salvar a vida da pessoa. Para isso, avaliamos o caso e se for necessário, já fazemos a cirurgia no mesmo dia”, diz o diretor que é também fisioterapeuta.
O hospital possui 140 leitos que estão ocupados ininterruptamente, fazendo com que alguns pacientes ainda ocupem os corredores. “Aqui todos são atendidos, mas é tanta gente que procura atendimento, e muitos nem deveriam estar no JP-II que é um hospital de média e alta complexidade. Mas mesmo assim, damos atendimentos para todos, e percebemos que as vítimas de acidentes de trânsito representam grande parte dos nossos pacientes ortopédicos”, diz o diretor.
Em Porto Velho, no último final de semana, duas pessoas morreram vítimas de acidentes de motocicletas. Neste sábado, o Rondoniagora contra casos de pessoas que foram vítimas de acidentes de trânsito em motocicletas e os dados do seguro DPVAT.
Fonte:Rondoniagora