Ao menos nove pessoas morreram e outras 52 ficaram feridas na noite deste domingo (14) após um terremoto de magnitude 5,2 graus na região da cidade de Arequipa, no sul do Peru, afetar zonas de construções rústicas e bloquear ruas, dificultando o acesso de socorristas.
Segundo o Instituto Geofísico do Peru, o epicentro do sismo foi a dez quilômetros da cidade de Chivay, capital da província de Caylloma, no turístico Vale do Colca. O tremor foi sucedido por réplicas durante a madrugada desta segunda (15), o que mantém a população em alerta.
“De acordo com as prefeituras distritais, três pessoas morreram em Achoma. Em Yanque, outras seis”, afirmou à rádio RPP a governadora regional de Arqueipa, Yamila Osorio. Deslizamentos de terra destruíram 50 casas rústicas e bloquearam ruas, disse um oficial da Defesa Civil à AFP.
A Defesa Civil informou que quatro vítimas foram identificadas: duas peruanas de 70 e 80 anos de idade, um menor de idade e um turista norte-americano de 66 anos.
Uma das localidades mais atingidas foi o distrito de Yanque, na zona rural de Arequipa, onde a população vive em casas feitas de adobe -blocos de barro e palha.
A governadora Osorio pediu por ajuda aérea para que os feridos possam ser transportados rapidamente. Enquanto isso, vias alternativas são utilizadas para levar água, comida e abrigo aos afetados pelo terremoto.
“Estamos levando ajuda a Caylloma e seus distritos afetados pelo sismo. O vice-presidente Martín Vizcarra -além do ministro dos Transportes- já está na região, e o ministro de Defesa levará ajuda”, disse o presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski.
Embora terremotos sejam comuns no Peru devido a sua localização geográfica, neste caso a profundidade do abalo foi de oito quilômetros -muito na superfície-, o que pode aumentar o nível de danos na zona do epicentro, segundo especialistas.
Miguel Yamasaki, coordenador de emergência da Defesa Cilvil, afirmou que três das vítimas pernoitavam em um hotel de Yanque, que sofreu deslizamentos de terra. Em Anchoma, outra localidade atingida, não há água nem energia. Um templo também foi afetado.
A população em Yanque está alarmada. “Foi muito trágico, tiraram os feridos como era possível. Não havia lanternas, não havia macas. A energia elétrica foi cortada. Ainda temos água, mas não sabemos o que pode acontecer depois”, explicou John Rivera, morador da região, à RPP.
CINTURÃO DE FOGO
O Peru sofre com ao menos cinquenta sismos por ano, pois está localizado no denominado Cinturão de Fogo do Pacífico, uma zona de ampla atividade telúrica que se estende ao largo da costa regional americana.
Em novembro de 2015, dois terremotos de magnitude 7,6 graus atingiram a zona centro-sul do Peru, com epicentro na fronteira amazônica com o Brasil. Os abalos foram percebidos em vários países sul-americanos, embora sua profundidade tenha sido de 173 quilômetros, o que diminuiu os efeitos.
O último terremoto de grande magnitude registrado no Peru foi em 15 de agosto de 2007. Um sismo de 7,9 graus, com epicentro a 40 quilômetros a oeste de Pisco, deixou 595 mortos.
Fonte:Folha de São Paulo