Os corpos esquartejados de quatro brasileiros – duas crianças, de 1 e 4 anos, e dois adultos – encontrados em um condomínio residencial em Pioz, vilarejo com menos de 4 mil habitantes nas redondezas de Madri, foram transferidos para Guadalajara, onde passarão por autópsia, de acordo com informações do jornal La Crônica de Guadalajara. As investigações correm sob segredo de Justiça.
Os corpos foram encontrados neste domingo, 18, pela polícia espanhola após ser avisada por um vizinho que havia “forte cheiro” vindo da casa na Rua de Los Sauces. Ao chegar à casa, os investigadores encontraram o imóvel fechado e ninguém respondeu os chamados para abrir a porta. Como consequência, tiveram de solicitar uma chave reserva a um vizinho. Ao entrar no chalé, notaram seis sacolas de plástico grandes na sala, de onde vinha o cheiro forte. Em uma delas estava o tronco de um homem de cerca de 40 anos. Seus membros estavam em outra. O mesmo foi feito com a mulher. Nas demais sacolas foram encontrados os corpos (completos) das crianças. “A morte foi rápida e as vítimas não sofreram. Não há sinais de tortura”, disseram peritos à imprensa espanhola, sem dar detalhes.
Ao jornal El País, uma fonte relatou que o crime parece ter sido cometido por assassinos profissionais, com faca de açougueiro ou machado. “Tudo indica que não é a primeira vez que fizeram algo assim.”
O fato de não existir nenhuma porta ou janela arrombada chamou a atenção da polícia, além do fato de o imóvel apresentar poucos móveis. Os agentes da Guarda também estranharam o fato de terem encontrado poucas roupas e comidas no local, considerando o fato de uma família com crianças estar ocupando a residência.
Motivação. Segundo outros agentes, pode tratar-se de “um ajuste de contas ligado a drogas”. Crimes com essa motivação foram relatados nos últimos meses em Guadalajara. Em um local próximo, Palomares, outro cadáver esquartejado foi achado no dia 3 deste mês.
Segundo o delegado Ricardo García, responsável pela investigação, as vítimas não eram proprietárias do imóvel, mas inquilinas. A família não era vista por vizinhos desde o mês passado.
Moradores do residencial afirmaram que os brasileiros chegaram em julho e eram muito reservados. Outros relataram com surpresa o fato de a casa estar alugada – lembraram apenas que um certo “Pedro” e sua família moravam no local havia algumas décadas. Os proprietários teriam mudado recentemente para Madri, sem informar ninguém. O crime teria acontecido pouco depois de a família alugar o imóvel.
Investigadores afirmaram que isso também pode indicar que a família brasileira estaria em “fuga”. E corrobora a tese de alguma dívida ou problemas com traficantes. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Fonte:Estadão