Que os filhos de Deus se apresentem. Aqui está o seu teste. Você ama os seus inimigos? Você trata bem os seus inimigos quando passam necessidades? Sua natureza pecaminosa se revolta só de pensar nisso, mas a sabedoria celestial ensina o que há de melhor. Que os filhos verdadeiros de Deus se apresentem.
Que elevado e nobre padrão Salomão coloca aqui! Que religião pagã ou livro santo pode se comparar com esta definição de amor? O homem natural deseja limitar o amor para com aqueles que o amam e fazem restrições a serviços prestados só para aqueles que podem retornar o favor (Lc 6:32-34). Assim os fariseus perverteram a palavra de Deus e ensinaram que deveríamos odiar nossos inimigos (Mt 5:43).
Jesus repetiu esse santo provérbio quando Ele disse, “Amai os vossos inimigos.” Ele repreendeu os nossos instintos pecaminosos e ensinou que Deus manda a chuva e o nascer do sol sobre amigos como a inimigos (Mt 5:43-48). Para sermos como o nosso Pai Celestial, temos que fazer o mesmo. Devemos amar os nossos inimigos tratando-os bem. Paulo também ensinou esta lição (Rm 12:17-21).
Muitos pensam que Jesus ensinou um novo padrão de justiça, mas Salomão ensinou a mesma verdade uns 900 anos antes em nosso provérbio. E Moisés a ensinou 1500 anos antes de Jesus (Êx 23:4-5). Aqueles que pensam que Jesus pregou um novo evangelho de amor, pare – sabedoria e justiça não mudam. Deus e Seus filhos sempre trataram inimigos com bondade. O “novo mandamento” só é novo em princípio e em exemplo (Jo 13:34-35; IJo 2:7-11).
Não estamos falando de inimigos nacionais ou civis. Sob o Velho Testamento, os inimigos nacionais de Israel deveriam ter sido exterminados. Sob o Novo Testamento, as nações devem se proteger lutando contra os seus inimigos (Lc 3:14; Rm 13:4-5). Governos civis ainda travam guerras para protegerem seus cidadãos, e ainda hoje criminosos dignos da execução capital são executados pelas leis civis.
Esta regra não modifica a autoridade ou a punição, de forma alguma. Pais ainda disciplinam filhos sem considerarem este provérbio, pois isto não se aplica a eles. Igrejas ainda disciplinam seus membros sem consideração qualquer por este provérbio, pois também não se aplica a eles. O ponto importante do provérbio é como cada homem trata os seus inimigos pessoais.
O mandamento de amarmos o nosso próximo inclui nossos inimigos. Jesus disse que toda a lei dependia destes dois primeiros mandamentos, e Ele estava certo. Quando solicitado a definir o próximo de alguém, Jesus contou a história a respeito do bom samaritano ajudando um judeu ferido, o que foi uma profunda resposta, pois os judeus e os samaritanos eram inimigos (Lc 10:25-37; Jo 4:9).
O SENHOR permite o rancor e a amargura em nossos corações quando não podemos tocar os nossos inimigos por causa das circunstâncias? De forma alguma (Lv 19:18; Tg 5:9)! Salomão até ensina em outra passagem que não devemos regozijar quando os nossos inimigos pessoais estão em dificuldade (Pv 24:17). Seu pai, Davi, tinha praticado esta regra, bem (Sl 35:11-16). Você se entristece quando os seus inimigos estão em dificuldade? Você se regozija quando os seus inimigos são abençoados?
A lição é uma mera proibição de retaliação contra inimigos? É simplesmente um lembrete para desejar o bem aos nossos inimigos? Nenhuma das duas coisas! Ele vai além destas duas linhas; ele ensina a realização positiva! Orar pelo inimigo é uma situação; recebendo-o é outra coisa!
Como é que podemos praticar uma coisa dessas? Apesar de a lição ser gloriosamente nobre e benevolente, quem pode dar uma reviravolta do desejo de vingança em seu coração e alimentar o seu inimigo? Seria melhor tentarmos criar uma nova terra! Mas a Sua graça e força são suficientes (IICo 12:9; Fp 4:13).
Porque deveríamos praticar algo tão estranho ao nosso instinto natural? Para sermos os filhos do nosso Pai Celestial (Mt 5:43-48), para derreter ou incomodar os corações dos nossos inimigos com a nossa bondade (Pv 25:22; Rm 12:20), para superar a maldade deles com a nossa bondade pelo Espírito (Rm 12:21), e garantir a recompensa do SENHOR (Pv 25:22). Que mais poderíamos desejar? A bênção do SENHOR está sobre aqueles que retribuírem bênçãos por injúrias (IPe 3:8-11)!
Ah, caro leitor, você pode ser agradecido por ter inimigos? Se você não tivesse inimigo, de que forma você, possivelmente, poderia demonstrar o caráter e a graça de seu Pai e ganhar as bênçãos do parágrafo anterior? Paulo aprendeu esta lição e extraiu prazer nas injúrias e nas perseguições que ele suportou e conquistou com a graça de Deus (IICo 12:10). A insistência dos nossos inimigos é a nossa bênção, pois ela nos dá a oportunidade de dar um passo a mais em direção ao céu.
Examine a si mesmo e identifique aqueles que são seus inimigos pessoais – aqueles que o odeiam, que acintosamente o usam, que o amaldiçoam e o perseguem. Perdoe-os, ore por eles, e determine e considere como ir acudi-los em suas necessidades. Você pode fazer isto pela graça Dele.
Você pode ouvir o nosso Salvador dizer, “Amigo, a que vieste?” para um inimigo que o tinha vendido por algumas peças de prata (Mt 26:50)? Jesus ainda pediu perdão para os soldados que O crucificaram (Lc 23:34), e o diácono Estevão que seguiu o exemplo do nosso Senhor ao orar por aqueles que o apedrejaram até a morte (At 7:60).
Mas o nosso Senhor fez muito mais do que estes atos de bondade sobrenaturais – Ele morreu por nós quando ainda éramos os seus inimigos jurados (Rm 5:6-10)! Caro leitor, se você crê que é um filho de Deus, siga o exemplo do seu Mestre e demonstre isso amando positivamente os seus inimigos.