Governantes ambiciosos e gananciosos são tiranos. Ao invés de usar a sua autoridade para beneficiar seus cidadãos, eles cobiçam mais poder e riqueza, o que os conduz a legislações e políticas opressivas. Eles não duram por muito tempo. Deus ou uma população insatisfeita os removerá de suas posições. Mas homens nobres que odeiam a ambição e estão contentes e comprometidos em servir o seu povo permanecerão em suas posições. Temos aqui um axioma de ciência política do Rei Salomão.
O provérbio anterior alertou a respeito dos governantes perversos que possuem naturezas irracionais e violentas como a de leões e de ursos famintos (Pv 28:15). Estes brutos insensíveis esmagam os pobres de uma nação sob seus egoísticos programas e práticas. Os pobres, que necessitam de ajuda e proteção mais do que os outros, se tornam ração para os seus apetites vorazes. Por causa deste aviso, este provérbio é usado também para indicar outro tipo de governo opressivo sendo considerado.
Observe os contrastes, pois eles dão as pistas para o sentido do provérbio. Um príncipe que tem falta de entendimento é colocado de frente com um príncipe que odeia a cobiça. Portanto, sabemos que um príncipe que é um grande opressor é um homem ambicioso e voraz. Mas considere mais isto. O príncipe que é um grande opressor é colocado no lado oposto daquele príncipe que terá os seus dias prolongados. Portanto, sabemos que as práticas opressivas de um governador encurtarão o seu reinado – seja pelas mãos de Deus ou dos homens.
Quando um ambicioso ou voraz político ocupa uma posição, seus programas e políticas oprimem o povo até que eles se revoltam. Todos os governos são populares, o que significa que os cidadãos se submeterão até o ponto em que a dor excede o custo da rebelião. Mas príncipes egoístas, cegos diante da crescente raiva contra o seu governo, eventualmente perde a sua posição. Os cidadãos só suportam até certo limite, e então se revoltam. O Senhor só suporta até certo nível e então Ele julga (Ec 5:8; IRs 21:1-24)!
Aprenda sabedoria! A instrução de um provérbio só é boa se for aceita e praticada! O rei Salomão ensinou este provérbio ao seu filho, o príncipe Roboão. Mas depois da morte do seu pai, este filho arrogante insultou a nação por solicitar uma revisão da pesada taxação imposta a eles por Salomão (IRs 12:1-20). Sua cobiça e orgulho cegaram o seu juízo. O que aconteceu? A nação se revoltou! Ele perdeu dez das doze tribos! O provérbio se cumpriu!
Alexandre o Grande, por volta dos seus 30 anos, já tinha alienado a sua nação, o seu exército e muitos amigos e generais pela sua louca cobiça por poder e riqueza. Ele e a sua família foram varridos da terra. Muito tempo depois que este provérbio foi escrito, se escreveu o seguinte ditado: “O poder corrompe e o absoluto poder corrompe totalmente.” Portanto, homens sábios resistem ser elevados e enriquecidos, pois sabem que estes tem grande poder de perverter o caráter. Agur, o sábio homem, que contribuiu para o livro de Provérbios, orou para que não o fizesse rico (Pv 30:7-9). Quanta sabedoria!
A sabedoria politica exige que os governantes odeiem a cobiça, que é precisamente o que Moisés exigiu dos juízes de Israel (Êx 18:21; Dt 16:19). Se este axioma não for seguido, não se surpreenda pelas consequências opressivas dos seus governantes. Bispos e diácono das igrejas do Novo Testamento, também precisam odiar a cobiça, que é definida como não sendo avarento de lucros de origens desonestas (ITm 3:3,8; Tt 1:7,11; IPe 5:2). Até mesmo as mulheres devem rejeitar pretendentes que sejam gananciosos de ganhos financeiros, porque serão péssimos maridos e pais (Pv 1:19; 15:27).
O Senhor Jesus Cristo é o abençoado e único Potentado, Reis dos reis e Senhor dos senhores (ITm 6:13-16). Seu absoluto poder sobre o universo não O corrompeu de forma alguma: esse poder O glorificou como um Príncipe infinitamente justo (IISm 23:1-3; Hb 1:8-9; Ap 19:11). Ele nada cobiça, pois governa o céu e a terra. Todos aqueles que confiam Nele reinarão com Ele, e Ele prolongará os seus dias para sempre e sempre (Ap 1:18; Ap 3:21; Is 53:10). Amém.