O diabetes é uma doença crônica que afeta 422 milhões de adultos em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), que já considera o problema uma epidemia. Para alertar a população sobre os riscos e a falta de tratamento adequado, é celebrado, em 14 de novembro, o Dia Mundial do Diabetes. A doença é a maior causa de cegueira no mundo e também responde pelo maior número de amputações de membros inferiores de que se tem conhecimento, segundo o coordenador do Departamento de Novas Terapias da Sociedade Brasileira de Diabetes, Marcio Krakauer. No Brasil, são 14,3 milhões de pessoas com diabetes, das quais metade não sabe que está doente e a outra metade controla mal o problema.
— A primeira causa para esses dados é a falta de informação. A falta de acesso às principais evoluções de tratamento também é um problema. O Brasil não se atualiza há 20 anos — destaca Krakauer, citando o Sistema Único de Saúde (SUS).
Provocada pela incapacidade do organismo de produzir ou absorver quantidades adequadas de insulina – hormônio produzido pelo pâncreas que tem como função fazer a glicose entrar nas células –, a doença tem como consequência o aumento nos níveis de açúcar no sangue. Isso pode acarretar danos para órgãos como rins, olhos, coração, vasos sanguíneos e nervos. O diagnóstico da doença é feito por meio de exames de sangue que apontam os níveis de glicose no organismo. Todos os tratamentos passam pelo controle da glicemia.
Controle e tratamento mais eficazes
O diabetes está na mira da indústria farmacêutica, que frequentemente coloca no mercado novidades para combater o problema.Atualmente, o tratamento preferido para o tipo 2 são os medicamentos da classe chamada glifozinas, disponibilizados por três laboratórios no Brasil. Essas substâncias atuam no rim e levam o organismo a eliminar glicose pela urina.
— Com isso, aumenta-se a quantidade de urina, eliminando também o sódio, o que leva ao controle do diabetes com perda de peso e redução da pressão arterial, sem risco de baixar demais a glicose — explica o endocrinologista Airton Golbert, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
Outra tendência nos cuidados com a doença do tipo 2 é a injeção à base de dulaglutida, que é semelhante a alguns tratamentos já existentes. A novidade fica por conta da dose, administrada uma vez por semana ante as picadas diárias de seus antecessores.
De acordo com Golbert, a substância também reduz o apetite, auxiliando na diminuição de peso.
No campo de medição de glicemia, a novidade é o Free Style Libre, um sensor de glicose colocado no braço que elimina a necessidade de furar o dedo para retirar amostra de sangue.
— Isso permite que o paciente se monitore muito mais – avalia Golbert. Pessoas que têm diabetes do tipo 1 também são beneficiadas pelo avanço da ciência. Recentemente foram criadas novas insulinas com tempo de ação maior do que as versões anteriores.
O que é o diabetes
— Ocorre quando o pâncreas para de produzir completamente a insulina. É uma doença autoimune, em que o próprio corpo ataca o sistema imunológico e fica incapaz de controlar a quantidade de glicose no sangue. Aparece geralmente na infância ou na adolescência.
— O mais comum dos tipos, resulta da incapacidade do corpo de produzir ou absorver quantidades adequadas de insulina pelo pâncreas, o que leva ao aumento dos níveis de açúcar no sangue. É mais frequente em pessoas acima de 40 anos, sedentárias, com excesso de peso e histórico familiar da doença.
Prevenção
— Somente o diabetes do tipo 2 – que afeta de 90% a 95% dos pacientes – pode ser prevenido. O controle do peso e a prática de exercícios podem diminuir a probabilidade de desenvolver a doença. Além do sedentarismo e da dieta inadequada, hipertensão arterial e presença de doença cardiovascular são alguns dos fatores de risco.
Fonte: Diário Catarinense