Que os filhos são reflexo dos pais, você já sabe faz tempo. E esse ditado vale também para a educação e a carreira. Um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado nesta quarta-feira (16), comprova que a escolaridade dos pais interfere diretamente no bolso dos filhos. Quanto mais tempo pais e mães ficam na escola, maior o salário dos filhos.
Mais tempo na escola dos pais e mães significa renda maior para o filho independentemente da escolaridade destes. A pesquisa de Mobilidade Sócio-Ocupacional, do IBGE, levou em conta dados da PNAD 2014. Ao todo, foram pesquisadas 57.896 pessoas de 16 anos ou mais de idade.
Filhos que fizeram faculdade e tem sem instrução conseguem um salário médio de R$ 2.603. Por outro lado, se o pai desse mesmo filho estudou e completou o ensino superior, o rendimento médio do filho chega a R$ 6.739 — uma diferença de R$ 4.136 ou quase o triplo do primeiro exemplo.
O mesmo comportamento é observado entre filhos que não estudaram (sem instrução). No caso de pais que também não estudaram, o salário médio é de R$ 717. Porém, o filho sem instrução com pai que completou a faculdade tem rendimento médio de R$ 2.324 — uma diferença de R$ 1.607, também três vezes mais (veja mais no quadro abaixo).
Mães e a escola
O tempo de escola da mãe também se reflete no bolso do filho. Um filho com ensino superior completo ganha, em média, R$ 3.078 caso a mãe não tenha frequentado a escola. Por outro lado, o salário médio chega a R$ 5.828 se a mãe tiver feito faculdade.
Os filhos sem instrução também são mais prejudicados se as mães não tiverem ido ao colégio. Para mães sem instrução nenhuma, o salário médio é de R$ 712, mas o rendimento alcança R$ 1.077 se a mãe tiver concluído a faculdade (veja mais no quadro abaixo).
O IBGE diz no estudo que ”os resultados indicam que o nível de escolaridade das pessoas ocupadas está bastante associado ao nível educacional alcançado por seus próprios pais. Além disso, ao comparar indivíduos com escolaridade semelhante, observa-se que os rendimentos são, em geral, mais elevados para aqueles com pais mais escolarizados”.
Porém, o instituto ressalta que “de forma alguma essa constatação sugere que a escolaridade do informante não tem relevância para seu rendimento – afinal, a variação observada no rendimento médio das pessoas investigadas é também significativa à medida que ocorre a melhoria de seu nível de instrução, o que demonstra uma conjunção de fatores”.
— Não se pode ignorar que o background familiar das próximas gerações dependerá do incremento da educação que ocorre no presente momento, consequentemente impactando o rendimento médio de outras gerações, mantida esta lógica.
Fonte: R7