Em pleno “Novembro Azul”, período do ano dedicado a mobilizar o universo masculino para que se submeta aos exames da próstata, é fundamental saber que o câncer nessa região do corpo é a segunda principal causa de morte por câncer em homens, após o de pele e seguido pelo de pulmão.
Há estatísticas que sinalizam a tendência de que “um homem em cada grupo de 36 morrerá de câncer de próstata”.As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), 2014/2015, indicavam ocorrência de 68.800 novos casos de câncer de próstata no Brasil.
De todo modo, de acordo com o urologista Manoel Juncal, “há mais incidências do câncer de próstata em homens da raça negra o que amplia a importância do exame em Salvador”.
Segundo ele, “os casos de óbito ocorriam mais no passado que atualmente, dado o crescente número de diagnósticos precoces possibilitados pela quebra do preconceito para com o exame de toque retal”.
O especialista recomenda a ida ao urologista “uma vez ao ano a partir dos 40 anos e até os 80 anos, notadamente por quem dispõe de antecedentes familiares”. Para quem tem registro de apenas um caso na família, “seja em irmão, tio, avô, a chance de vir a apresentar um câncer de próstata é de 2,5% em relação aos que não têm nenhum histórico familiar dessa natureza”.
Mas “os que têm mais de dois casos do câncer de próstata na família a possibilidade de apresentar a doença crescem de cinco a 10 vezes”, mencionou.
O diagnóstico precoce é possibilitado pelo toque retal (que identifica a consistência fibroelástica e a superfície lisa ou sob presença de nódulos pétreos na próstata) e por PSA-Antígeno Prostático Específico, um exame de sangue.
Conforme Manoel Juncal, que atende no Hospital Aliança e é professor de Urologia da Escola Bahiana de Medicina, se esses exames apresentarem normalidade fica afastada a possibilidade do câncer de próstata.
Entre os principais sintomas da doença, ele menciona “diferenças no jato da urina (mais fino e com muitos pingos no final), dores ósseas ou na coluna” e sugere, sempre em tom de alerta, que se “busque um urologista o mais rápido possível como forma de possibilitar um diagnóstico precoce e não quando a doença já apresenta quadro de metástase, acometendo outras regiões do corpo”.
Tratamento envolve cirurgia, remédio e radioterapia
O urologista Manuel Juncal lembrou que o câncer se dá de forma periférica na próstata e que o tratamento envolve a prostatectomia radical. Uma cirurgia que consiste na retirada de toda a próstata, além de alguns dos tecidos à sua volta, incluindo as vesículas seminais, apontada por ele como “tratamento padrão ouro”.
O médico cita, ainda, a requisição de ressonância magnética como exame complementar. Segundo o médico, “frente aos casos em que o indivíduo, por qualquer motivo, não poder submeter-se à cirurgia, recorre-se à radioterapia”.
Nas situações já sob metástase, adota-se a hormônioterapia. Juncal fez ver que “em 3% dos casos em que foram procedidas cirurgias tende a ocorrer disfunção miccional – que pode ser corrigida por urofisioterapia ou colocação de esfíncter urinário artificial”.
Ele ressaltou que “em mais de 50% dos que se submetem à cirurgia ocorre a disfunção erétil, mas a maioria responde bem ao tratamento por medicação oral, raramente necessitando da implantação de prótese peniana”.
Sobre o câncer de pênis, o urologista disse que trata-se de “uma doença de países de terceiro mundo por ser decorrente da falta de higiene da glande.
O tratamento é simplesmente água e sabão”, declarou. Ele ressalta que “todos os homens nascem com fimose (estreitamento que impede a exposição da glande ou cabeça do pênis) e devem fazer a circuncisão durante ou após a adolescência”.
Fonte: Correio da Bahia