O patrimônio de Adriana Ancelmo, ex-primeira dama do Rio, multiplicou-se por dez depois dos dois mandatos do seu marido Sérgio Cabral (PMDB) à frente do Estado, segundo as informações do jornal Folha de São Paulo.
De acordo com a publicação, o Ministério Público Federal do Rio suspeita que o escritório Ancelmo Advogados tenha sido utilizado para esconder pagamentos de propinas do esquema de corrupção comandado por Cabral.
Em 2005, um ano antes da primeira vitória do peemedebista, a receita bruta do escritório era de R$ 1,8 milhão. Já em 2007, um ano após a nomeação, ele cresceu modestamente, com R$ 2,6 milhões. O crescimento teve seu ápice em 2014, quando o faturamento chegou aos R$ 14,7 milhões.
Neste período, o patrimônio de Ancelmo também cresceu. Em 2005, ela declarou no imposto de renda R$ 1,9 milhão. Em 2008, R$ 2,5 milhões. Já em 2014, a primeira-dama chegou aos R$ 13,5 milhões. Mas o auge foi atingido ano passado, quando alcançou R$ 21,7 milhões.
A Receita não identificou irregularidades fiscais no crescimento patrimonial do casal, no entanto, a procuradoria classificou como “crescimento vertiginoso durante os dois mandatos” de Cabral.
Entre as empresas que, neste período, fizeram depósitos ao escritório, duas estão sob suspeita da Lava Jato: são elas a Reginaves (Rica Alimentos), que pagou R$ 1,1 milhão, e o hotel Portobello, R$ 844 mil.