“Sofri com um problema respiratório provocado por uma infecção de garganta. Precisei de acompanhamento médico. Do preenchimento da ficha até o início do tratamento, se passaram apenas 15 minutos. Fiquei impressionado com a qualidade e agilidade da atenção. Tudo isso sem os profissionais que estavam de plantão saberem que cargo ocupo”. O depoimento é do promotor de justiça, Samuel Alvarenga Gonçalves, após ser atendido no Hospital Regional de Guajará-Mirim.
O avanço na ambiência, nos protocolos de atendimentos, da humanização, na reestruturação, são resultados obtidos pela equipe interventora, formada por médicos e técnicos da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), que esteve à frente da unidade de saúde por mais de 60 dias.
Na segunda-feira (21), o Hospital Regional de Guajará-Mirim passou por uma minuciosa inspeção realizada pelo juiz Carlos Antônio Chagas Júnior, da Vara do Trabalho de Guajará-Mirim. Ao final da vistoria técnica, acompanhado pelo médico Sérgio Paulo Mello Mendes Filho, da enfermeira e assessoria técnica, Diana Pereira; e do médico Ernesto Duran Neto, o juiz classificou como “um avanço gritante” a melhoria do atendimento, das instalações e, principalmente, do centro médico, pediatria e centro cirúrgico, que foram os responsáveis pela interdição.
Com a avaliação positiva feita pelo juiz Carlos Antônio Chagas Júnior, o hospital está liberado da intervenção. De acordo com a determinação judicial, os atendimentos que estavam sendo feitos – em caráter provisório em hospital particular -, devem ser retomados em dez dias.
A intervenção do governo de Rondônia foi em cumprimento à determinação da Justiça devido à deficiência na gestão municipal. O hospital teve o centro médico, a área de pediatria e centro cirúrgico interditados pela Vara do Trabalho de Guajará-Mirim por representarem, à época, iminente risco à saúde dos servidores e pacientes.
A força-tarefa do governo de Rondônia fez um trabalho de recuperação do hospital, indo além da determinação judicial. Setores como recepção, triagem, Same, laboratório, enfermarias, emergência, sala de observação, farmácia – que a partir da ação do estado tem farmacêutico de plantão -, ambiência, refeitório, cozinha, além de limpeza da área interna e externa do hospital apresentaram melhorias. Foram implantados, ainda, protocolos médicos para o atendimento ambulatorial, de emergência e centro cirúrgico.
O trabalho foi realizado pelo médico Sérgio Paulo Mello Mendes Filho, cardiologista com experiência em gestão hospitalar. Os profissionais passaram por uma espécie de reciclagem e, a partir de agora, têm nova visão de procedimentos e protocolos que devem ser adotados em um hospital do porte da unidade regional de Guajará-Mirim.
PARTE ELÉTRICA
Antecipando-se à avaliação da Vara de Trabalho de Guajará-Mirim, a equipe técnica da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) entregou ao prefeito Dulcio da Silva Mendes laudo apontando os ajustes que devem ser feitos nas instalações elétricas do hospital, que possui mais de 30 anos. O prazo para adequação dado pela Justiça é de 90 dias. Parte dos serviços foi realizada pela Sesau.
Outro ponto que o juiz Carlos Antônio Chagas Júnior chamou a atenção da prefeitura, foi para a manutenção do padrão de limpeza adotado pela equipe técnica da Sesau. Durante audiência na Vara do Trabalho, foi apresentado estudo que aponta a necessidade urgente de ampliação do quadro de servidores da área de limpeza.
O juiz Carlos Antônio determinou, ainda, que o problema seja solucionado pelo prefeito Dulcio da Silva Mendes, em 72h.
MEDICAMENTOS
Carlos Antônio Chagas Júnior elogiou o estoque de medicamentos na farmácia, abastecida com itens de primeira necessidade, bem como, produtos considerados de alta complexidade. De acordo com o médico Sérgio Paulo, o checklist – instrumento de controle composto por um conjunto de condutas – conta com todos os remédios e insumos para que a unidade preste um atendimento de qualidade e humanizado à população.
EQUIPAMENTOS
No relatório, Carlos Antônio Chagas Júnior destaca que a unidade de saúde conta hoje com equipamentos modernos e de fundamental importância na luta pela vida. Ele cita também o setor de emergência – que está sem nenhum problema -, com móveis em bom estado, lençóis novos e limpos, três desfibriladores – um gerador de energia elétrica de tensão regulável capaz de estimular o coração com dificuldades de contração -, bombas de infusão, três monitores multiparamétricos, aspiradores de vias áreas, entre outros itens de última geração.
CENTRO CIRÚRGICO
Bastante elogiado pela nova ambiência, aparelhamento e por seguir normas técnicas semelhantes às de hospitais como o Sírio Libanês, em Sõ Paulo, o centro cirúrgico do Hospital de Guajará-Mirim passou por ampla melhoria. Quebrando o protocolo, e ao mesmo tempo elogiando o trabalho realizado pela equipe interventora do governo de Rondônia, o juiz Carlos Antônio Chagas Júnior brincou: “agora posso cair de moto”. Uma alusão que caso viesse a precisar, estaria em local equipado para atender às necessidades que uma intervenção cirúrgica exige.