Interna e externamente, o Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron) conseguiu no período de cinco anos (2011-2016) controlar mais de 80% de suas atividades ambientais.
A aplicação do gerenciamento de resíduos (RSS) resultou na economia de R$ 9,2 milhões, informou a coordenadora do Núcleo de Gestão Ambiental do Cemetron, Márcia Abrantes Alves
Até 2010 não havia plano algum, hoje o Cemetron é referência no estado e colaborador da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) em treinamentos de rotina.
Em 2011 o volume de resíduos alcançou 151 mil toneladas, ao custo de R$ 1,06 milhão só neste hospital. Seis anos depois, o núcleo de gestão reduziu-o para 34 mil que custaram R$ 238 mil.
Segundo a coordenadora, se o núcleo ainda não funcionasse, o custo estimado anual teria alcançado, só neste ano R$ 2,8 milhões, e no quinquênio 2010-2015, R$ 11,1 milhões. A planilha tomou por base a produção diária de 5,5 Kg por leito. De 76 leitos em 2010, o hospital passou a ter 99 em 2015, número que se mantém.
A segregação de resíduos reduziu para R$ 513 mil o custo do gerenciamento, proporcionando economia de 85% dos recursos do setor.
MODELO
Assim, o êxito no setor hospitalar serve de modelo para municípios do interior do estado, cuja maioria nem sequer atendeu à Política Nacional de Resíduos Sólidos, para a qual se credenciaram apenas nove dos 27 estados brasileiros.
“Costumo dizer que saúde ambiental ignorada é saúde pública superlotada, e nós tentamos dar o melhor”, comentou a gestora.
Em cada dependência depara-se com caixas coletoras (sharp box) de perfurocortantes (agulhas, escalpes, lâminas, ampolas e outros). Não apenas isso, atrás de cada porta há recomendações que servem de alerta para auxiliares de enfermagem, enfermeiros e médicos.
Na folha de outubro constavam 463 servidores no Cemetron. Eles transitam por dependências dedetizadas, desratizadas e descupinizadas. O núcleo coleta amostras d’água para análise, conforme normas do padrão microbiológico para o consumo humano.
Oito a nove bombonas 90 quilos/dia) cheias de resíduos são pesadas, colocadas em caminhões e acompanhadas pela Comissão de Aferimento de Peso. Hermeticamente fechadas, elas evitam derramamento de chorume e minimizam riscos de contaminação e acidentes.
PAPELÃO E ÓLEO
O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde computou este ano a coleta de oito toneladas de papelão e as cargas foram destinadas à Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Rua (Asprovel). O cooperativismo faz parte das metas do plano, informou Márcia Abrantes.
O óleo de cozinha recolhido foi entregue ao Programa Mesa Brasil, do Serviço Social da Indústria. Pilhas e lâmpadas fluorescentes também são encaminhadas a uma empresa contratada.
Resíduos fixadores, reveladores e películas utilizadas na radiologia são também encaminhadas à empresa Amazon Fort.
Há obras a concluir e equipamentos a serem retirados do pátio de serviços, a exemplo de uma antiga incineradora enferrujada, que aguarda apenas determinação do Ministério Público Estadual.
Para Márcia Abrantes, a construção de três abrigos de materiais infectantes, comuns e recicláveis, mais a área de lavagem atenderão brevemente às normas e padrões legais.
O movimento de coleta, transporte e destinação de resíduos é relatado minuciosamente, com horários, datas e volumes apurados.
A Estação de Tratamento de Efluentes concluída em junho do ano passado pela empresa Atibaia Ambiental é outro exemplo de compromisso. Nela, o governo investiu R$ 438 mil. “Com ela, deixamos de contaminar o lençol freático, e muita gente não vê isso”, comentou Márcia Abrantes.
Fonte: Secom