A Justiça marcou para esta terça-feira (29) o início júri popular dos cinco acusados do homicídio da agente prisional Deise Fernanda Melo Pereira, de 30 anos. O crime ocorreu em outubro de 2012 em São José, na Grande Florianópolis. Conforme a denúncia, Deise foi morta no lugar do marido
O início do júri foi marcado para as 8h. A Justiça informou que é possível que o julgamento dure mais de um dia.
Dos cinco réus, quatro estão presos, inclusive em unidades prisionais federais, e um está em liberdade, informou a Justiça.
Denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), quatro dos cinco acusados na época, Evandro Sérgio Silva, Rudinei Ribeiro do Prado, Adílio Ferreira e Gian Carlos Kazmirski, eram líderes de um grupo criminoso que atua no estado dentro do sistema prisional. Eles estavam presos na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, e ficaram insatisfeitos com limitações de regalias que antes havia no local.
Por isso, conforme o MP, decidiram matar o diretor da penitenciária, Carlos Antônio Gonçalves Alves. Uma advogada foi responsável por buscar informações para os presos. Ela repassou a decisão da execução para outros dois integrantes do grupo criminoso, que recrutaram mais dois, entre eles o acusado Marciano Carvalho dos Santos, para ajudá-los, segundo a denúncia.
Em 26 de outubro de 2012, por volta das 21h, Marciano estava com a arma no bairro Roçado, segundo a promotoria. Quando viu que o carro do diretor da penitenciária estacionou na garagem da própria casa, teria feito a abordagem e atiradou. Porém, quem estava no veículo não era o alvo, e sim a mulher dele, Deise. Ela levou um tiro no peito.
Antes de morrer, ela conseguiu sacar a própria arma e atirar em Marciano. Mesmo baleado, ele conseguiu fugir em um veículo onde estavam os outros três homens.
Acusações
Marciano é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima. Na decisão que determinou a data do júri popular, a 1ª Vara Criminal de São José concedeu a ele o direito de recorrer em liberdade.
Adílio Ferreira, Evandro Sérgio Silva, Gian Carlos Kazmirskie e Rudinei Ribeiro do Prado são acusados dos mesmos crimes de Marciano, além de associação criminosa.
Inicialmente, a ação tinha nove acusados e incluía os comparsas de Marciano e a advogada. Porém, no decorrer do processo, a Justiça decidiu não levar esses quatro a julgamento pelo crime do homicídio. Dois desses homens e a advogada ainda devem responder por suspeita de integrar o grupo criminoso.
Defesas
O advogado Ricardo Alexandre Deucher, que defende Adílio Ferreira, afirmou que a defesa vai rebater todas as acusações e demonstrar que não existem provas. “Não há prova de que ele faça parte de grupo criminoso e que ele tenha ordenado a morte de quem quer que seja”.
A advogada Nathália Poeta, que defende Gean Carlos Kazmirski, afirmou que a defesa se empenha pela absolvição dele. “Ele não tem nenhum envolvimento na morte da Deise”, declarou.
O advogado Carlos Antônio de Souza Caldas, que defende Evandro Sérgio Silva e Rudinei Ribeiro do Prado, afirmou que fará a defesa deles de negativa de autoria. “Eles não foram os mandantes”, declarou.
O G1 não conseguiu contato com a defesa de Marciano Carvalho dos Santos até a publicação desta notícia.
Fonte: G1