O fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange, estaria disposto a ser extraditado aos Estados Unidos, cumprindo a promessa que fizera semana passada. Responsável pelo site que vazou milhares de documentos sigilosos e diplomáticos dos Estados Unidos, Assange prometeu no dia 13 de janeiro que se entregaria à Justiça se Obama concedesse indulto ao ex-soldado Chelsea Manning, condenado a 35 anos de prisão por colaborar com o WikiLeaks.
O indulto foi anunciado ontem (17) por Obama, que comutou a pena do ex-militar que atuava como analista de inteligência do Exército dos EUA. Manning, que é transexual, tinha sido condenada à prisão por 35 anos em isolamento, mas agora será libertada em 17 de maio, e não mais em 2045.
Além de Manning, Obama concedeu perdão a 63 pessoas e reduziu a prisão de outras 209, tornando-se o presidente que mais comutou sentenças. Ele deixará a Casa Branca na próxima sexta-feira (20) para o vencedor das eleições presidenciais de novembro, o republicano Donald Trump.
A comutação da pena de Manning foi duramente criticada por líderes republicanos, como John McCain e o presidente do Comitê de Serviços Armados da Câmara, Mac Thornberry. Até o secretário de Defesa de Obama, Ash Carter, teria se posicionado contra a decisão.
Fontes ligadas a Obama disseram que o democrata considerava a pena de 35 anos “excessiva”, ainda mais porque Manning demonstrou arrependimento pelos vazamentos. O ex-soldado tentou se suicidar em duas ocasiões e fez greve de fome em setembro.
Por sua vez, o australiano Julian Assange vive na embaixada do Equador em Londres desde junho de 2012. Ele é acusado de abusos sexuais na Suécia, mas teme ir ao país responder ao processo e acabar sendo extraditado aos EUA.
Ele é uma das pessoas mais procuradas pela Justiça norte-americana e pode ser condenado por todos os vazamentos do WikiLeaks. (ANSA)
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