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Moka ecoa esperança de quem quer esfriar a Lava Jato

23/01/2017
in Brasil

O senador Waldemir Moka (PMDB-MS) perdeu – ou desprezou – uma boa ocasião de ficar calado. Ao defender a indicação do procurador do Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, para a vaga do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zawaski, relator da Operação Lava Jato, o parlamentar simplesmente veio reforçar a cantilena dos políticos que não têm muito interesse – ou têm interesse nenhum – na continuidade das investigações e do avanço do julgamento.
A explicação é simples. No tabuleiro do poder político do País, o xeque-mate para derrubar Dilma Roussef (PT) da Presidência da Republica, e entronizar em seu lugar o peemedebista Michel Temer, foi o processo de impeachment baseado em uma denúncia que a indiciou por crime de responsabilidade. Júlio Marcelo de Oliveira e um parecer do TCU estiveram entre as peças decisivas para que a denúncia prosperasse, embora duramente questionada por vários especialistas.
SUSPEITAS – Com a queda de Dilma e a ascensão de Temer, a Lava Jato começou a sofrer bombardeios da cúpula do Planalto, tendo em vista as denúncias indicando que mais da metade dos ministros nomeados por Temer tinham (e têm) pendências com processos e denúncias submetidas ao Judiciário. Para complicar, os nomes de Temer e de seus principais ministros – a maioria do PMDB, partido de Moka -, que já vinham sendo postos sob suspeita em diversas reportagens, começaram a ser mencionados repetidamente nas delações premiadas da Lava Jato.
Quando Marcelo Odebrecht, diretor do grupo que mais operou no Brasil e no exterior com propinas e negócios bilionários escusos, concordou em falar o que sabe, o palácio tremeu. No final do ano passado, Marcelo e outros 76 executivos da multinacional assinaram o acordo com o STF. Só no primeiro depoimento – o único até agora, por causa do recesso forense -, do ex-executivo Cláudio Melo Filho, revelou-se que Temer estaria na relação de beneficiários da generosidade da Odebrecht, com um pagamento de R$ 10 milhões.
Ainda faltam mais 76 depoimentos dos delatores. Porém, só esse primeiro caiu como uma bomba sobre a base palaciana – Melo Filho trabalhou 12 anos na empreiteira, era diretor de Relações Internacionais, cuidava dos negócios estratégicos na área de “agrados”, sobretudo em campanhas eleitorais. E confessou, entre outras coisas, que geralmente os valores desses agrados eram repassados em espécie ao atual chefe da Casa Civil do governo federal, Eliseu padilha, braço direito de Temer.
DA TCHURMA – A queda de Dilma beneficiou o PMDB e os peemedebistas. Disso não há dúvida alguma. Logo que assumiu Temer levou para seu governo os operadores centrais dos esquemas financeiros e políticos do partido, entre os quais Eduardo Cunha, Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima, Romero Jucá, Renan Calheiros (presidente do Senado) e Moreira Franco. Todos citados em delações ou em peças da investigação da Lava Jato.
A pressão da sociedade, entretanto, obrigou a Câmara a cassar CUnha e Temer a pedir que Jucá e Gedel deixassem o governo. Mas nem assim conseguiu desviar de si a suspeita cada vez maior sobre o incômodo que causa aos atuais detentores do poder o refinamento da Lava Jato. Hoje, não é mais o PT o alvo principal. O juiz Sérgio Moro sabe que só se livrará da pecha de parcial ou seletivo se for até o fim, que era exatamente o propósito de Teori Zawaski, que só estava aguardando o fim do recesso no Judiciário para dar sequência aos depoimentos e cumprir seu dever, doesse a quem qur que fosse.
O senador Moka sabe disso. E sabe também que, além das delações dos 77 executivos da Odebrecht lançando Temer e aliados na vala dos suspeitos, há peças de investigação muito sintomáticas e reveladoras, como as escutas de ligações telefônicas entre ministros do presidente sugerindo peocupação com as incursões de Moro e insinuando a necessidade de estancar a sangria.
Não por acaso, as dúvidas e diferentes interpretações sobre qual será o critério para designar o próximo relator da lava Jato no STF abriram janelas para as mais diversas especulações. Uma delas, a de seja o presidente Temer o autor da indicação ou, em outra análise, aguardar o último passo antes da nomeação, que é a aprovação do nome do pelo Congresso Nacional. Mesmo sem juízo de valor sobre a exação do presidente da Republica, nada custa lembrar que ele foi citado 43 vezes só no primeiro dos 77 depoimentos em caráter de delação premiada. Ainda faltam 76. E o delator nesse sistema não pode mentir, sob risco de perder o benefício de flexibilização da sentença e ainda ter sua pena agravada.
Temer, Cunha, Padilha, Jucá, Gedel, Calheiros e tantos outros peemedebistas – entre os quais os senadores sulmatogrossenses Waldemir Moka e Simone Tebet – que se refestalaram com a derrubada de Dilma e a ascensão ao poder, estavam na primeira fila de gargarejo que saudou a performance de Júlio Marcelo. Afinal, o procurador de contas do TCU havia sido responsável pelo arranjo na denúncia de crime fiscal que sustentou o impeachment e nunca escondeu ser declaradamente anti-Dilma e anti-PT, posições que sustentou como militante em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, já sob os auspícios do governo Temer.
Numa instituição como o STF, os critérios da imparcialidade, da equidistância das paixões e da neutralidade para julgar podem ser meras alegorias para o senador de Mato Grosso do Sul. Tomara que não o sejam para quem fizer a indicação do substituto de Teori Zaeaski e aprovar o seu nome. Porque, verdadeiramente, quem quer ver a Lava Jato ir até o fim, doa a quem doer, não deveria jamais nem ao menos sugerir uma solução com o mínimo de contaminação política. O senador Moka destaca em Júlio Marcelo, seu preferido, duas qualidades para compará-lo a Zawaski:  discreto e competente. Mas não citou isenção, nem neutralidade, nem isonomia. Talvez porque não queira ser motivo de piadas.
Fonte: MS notícias

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