Uma pinta na pele pode ser um simples detalhe no corpo, inofensivo para a saúde, mas também pode indicar algo muito mais perigoso, como um meloma –tipo agressivo de câncer de pele. Conseguir diferenciar esses pequenos sinais no corpo é tarefa rotineira para dermatologistas, mas que deve ganhar ajuda da ciência e da tecnologia, de acordo com estudo recente publicado pela Nature.
Utilizando um conjunto de dados de mais de 129 mil imagens, representando mais de 2.000 diferentes doenças de pele, pesquisadores da Universidade de Stanford e do Instituto Nacional de Câncer, ambos dos EUA, desenvolveram uma inteligência artificial para ajudar no diagnóstico de doenças da pele.
Os cientistas avaliaram a capacidade do sistema em reconhecer os mais comuns e mortais tipos de câncer de pele (carcinoma maligno e melanoma), comparando com tarefas críticas de diagnóstico realizadas por 21 clínicos especializados –normalmente, este tipo de doença é diagnosticada visualmente e depois confirmada com biópsias de acompanhamento e exames histológicos.
O resultado obtido pelos pesquisadores colocou o sistema de inteligência artificial em pé de igualdade com os especialistas na área. Os autores do estudo, no entanto, alertam que o “médico virtual” ainda precisa ter validação em um ambiente clínico “real”.
Para o cientista Andre Esteva, um dos autores do estudo, o novo sistema tem um extenso potencial para afetar a chamada atenção primária à saúde nos casos de diagnóstico de doenças de pele.
“A esperança é que isto possa ser um ponto de partida para trazer a inteligência artificial e a visão computadorizada aos cuidados com a saúde”, afirma Esteva.
Para o pesquisador, o sistema poder ser expandido para outras áreas, incluindo oftalmologia, radiologia e patologia. Outra aspiração da equipe que desenvolveu o estudo é transformar o novo algoritmo em um aplicativo de celular, podendo oferecer um acesso universal a diagnósticos de cuidados de saúde a um preço baixo.
Folha Nobre - Desde 2013 - ©