O juiz federal Sérgio Moro – dos processos da operação Lava Jato, em Curitiba – afirmou que não capitula com nenhuma espécie de “pressão política”, ao negar o pedido de liberdade ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em decisão de sexta-feira (10). A afirmação decorre de suposta tentativa de Cunha de “intimidar” o presidente da República, Michel Temer (PMDB), destacada por Moro no despacho de sexta-feira.
“Depois de tal comportamento processual, revogar a preventiva de Eduardo Cosentino da Cunha poderia ser interpretada erroneamente como representando a capitulação deste Juízo a alguma espécie de pressão política a qual teria sofrido em decorrência do referido episódio.”
Cunha está preso desde 19 de outubro, em Curitiba, por ordem de Moro. Seu processo foi aberto em Brasília, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas remetido para Curitiba, após ele ter seu mandato parlamentar suspenso. O peemedebista é réu acusado de receber R$ 5 milhões em propinas em um contrato da Petrobras, na África. Na quarta-feira (8), ele foi interrogado por Moro pela primeira vez. Além de citar Temer, ele disse ser alvo de um processo político, revelou ter um aneurisma cerebral e pediu a revogação de sua prisão preventiva.
Fonte: O Tempo