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O jacaré comeu o anjo da morte

22/02/2017
in Justiça

O Jacar Comeu O Anjo da Morte

A frase acima foi uma das piores frases que se poderia ouvir hoje, além das cenas de violações e crianças chorando, trabalhadores e trabalhadoras aflitas e com medo ao retornar para casa na favela do Jacarezinho, e ouvir as rajadas de metralhadoras e fuzis, além da iluminação toda estar desligada logo na entrada da favela, após a linha férrea, do ramal Belford Roxo que também ficou interrompido.

Na esquina da quadra da Escola Unidos do Jacarezinho na Av. Dom Helder Câmara o cenário era de pânico e apreensão desde o início da noite, bem no horário do retorno para casa, de trabalhadores e trabalhadoras e estudantes.

Dentro da quadra, e efervescência cultural e o ânimo por colocar com muito esforço e amor mais um carnaval na rua, era nitidamente interrompido pelos olhares aflitos desde os mais velhos até as crianças que ajudavam ali, colando um adereço e outro das fantasias, lindas na simplicidade que o Carnaval se faz épico, ao ouvir mais uma rajada…

Já no início do dia sabia-se que ao Bope invadir pela primeira vez a favela, havia ferido um trabalhador dentro de supermercado. E agora no início da noite, o “anjo da morte” voltou a fazer a vida daquela Favela um inferno outra vez.

Pois no mesmo dia em que a Anistia Internacional divulgou novo relatório da situação de aumento de violação de Direitos Humanos no Brasil, policiais do BOPE (Batalhão de Operações Especiais da PMERJ), saíram de dentro da favela do Jacarezinho no início desta noite, fazendo três adolescentes carregarem um trilho enorme e pesado pela Avenida Dom Helder Câmara na frente de todos que passavam.

Corrobora o fato da atitude já ilegal e com o único intuito de humilhar aqueles jovens negros, que os agentes do BOPE só os colocou para andar com peso, e não os levaram detidos…

Infelizmente, a cena de horror perpetrada pelos homens camuflados, autodenominados “Anjos da Morte” não parou por aí, pois aqueles trabalhadores e trabalhadoras que já estavam apreensivos passaram a ser os alvos da violência psicológica, pois ainda sim passavam gritando que tinham matado dez pessoas dentro da favela, e que voltariam ainda nesta noite…

“Eu matei três, posso pedir música no fantástico” gritou um dos que caso não sejam psicopatas, estavam nitidamente drogados. Não estavam gritando ou direcionado a pessoas “suspeitas” o que não se justificaria uma atitude de um agente da “lei”, e sim gargalhavam ao direcionar tais frases à trabalhadoras, mães e país de família que ali na quadra se abrigavam com receio do tiroteio.

Fui hoje ao Jacarezinho só para ir à quadra, saber de carnaval e de alegria, pensar no próximo desfile e já sabia desde o início, dos trabalhos intensificados para tudo ficar pronto, as últimas colas, os retoques finais, um paetê aqui mais um tom de xadrez ou etc e tal acolá, o que me animava mais de ir…

Mas a realidade sempre se impõem na favela e no subúrbio, e a selvageria de uma política que criminaliza a pobreza, e nega o Direito à Cidade, à vida para aqueles que diariamente fazem às águas desse Rio correr… É de mudar qualquer enredo.

Mas o Carnaval nos faz respirar, e o Jacarezinho vai brilhar apesar de você, o Jacaré Comeu o Anjo da Morte!

Por Danilo Firmino.

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