A agregação de valor ao que é produzido em Rondônia só vai trazer benefícios para o Estado, criando renda, melhorando a arrecadação e a oferta de empregos, o que representa aumento da qualidade de vida. No entanto, são necessárias ações do governo oferecendo benefícios e parceria com investidores locais e outros que venham para cá.
Esta é a síntese do pensamento de uma parcela do empresariado rondoniense preocupada com o fato de, 35 anos depois de ter deixado a condição de Território Federal, Rondônia continue deixando ir embora sua melhor matéria-prima.
“Ela é comprada por outras regiões do País e, quando beneficiadas, têm valores agregados que retornam para o estado e aparecem nas prateleiras de supermercados e outras lojas”, lembra o presidente da Associação dos Produtores Rurais, Adélio Barofaldi.
Segundo ele, há diversos exemplos que fortalecem o discurso do aproveitamento dessa parte da riqueza aqui mesmo. Daqueles que querem um direcionamento econômico maior para Rondônia do que apenas in natura.
“Temos a carne verde, de melhor qualidade no País, porque nosso pasto é de primeira. O boi abatido aqui apresenta um couro sem berne, mas pela falta de indústria de beneficiamento esse produto vendido a fábricas do centro-sul, e de lá retorna em forma de bolsa e sapato que poderiam ser fabricados aqui mesmo”, disse Barofaldi.
O empresário é também produtor de peixe. Para ele, o estado “pode imitar o que o Governo do Acre fez, estabelecendo uma indústria de beneficiamento do pescado e, apesar de comprar nossa produção aquífera, usa o subproduto desse material para produzir ração que volta para nós, quando pode ser aqui mesmo fabricada”.
“Temos participado de rodadas de negócios com embaixadas e empresas que têm interesse em comprar o peixe de Rondônia. Quanto à industrialização, o governo poderá entrar como parceiro de empresas para instalação de frigoríficos, o elo que faltava na cadeia do peixe”, destacou o superintendente estadual de desenvolvimento, Basílio Leandro de Oliveira.
A piscicultura já está entre as dez principais atividades econômicas do estado e deve se destacar ainda mais nos próximos anos. Os esforços se concentram agora em garantir a sanidade dos peixes, incentivar o beneficiamento da produção e atender a novos mercados.
A cadeia produtiva do pescado tem duas pontas de alta importância para o estado. Uma é a produção dos alevinos, por isso o governo se dedica a melhorar a sanidade na produção de alevinos, explicou Basílio.
Noutra ponta, a industrialização pesa na balança. O governo reconhece a necessidade de agregação de valor também ao pescado. O peixe rondoniense é vendido in natura e processado em outros estados.
Fonte: Expressaorondonia