Rondônia é um dos poucos Estados, talvez o único a oferecer uma fronteira econômica de futuro. Com pouco mais de 35 anos de fundação, Rondônia ainda é um Estado de oportunidades. Apesar da jovialidade, espaço aberto para investimentos os mais diversos, muitos problemas precisam ser superados e um deles, a BR 364, que deveria ser o portal do desenvolvimento, mas que, devido ao abandono tornou-se um “matadouro” humano.
Construída na década de 80, quando não existiam carretas e bitrens a rodovia federal não tem condições de atender a demanda do tráfego pesado, a maioria de grãos (soja e milho), e madeira bruta, exportados pelo porto graneleiro de Porto Velho, no rio Madeira. A maior parte dos grãos é produzida no Mato Grosso do Sul.
Há meses o Rondônia Dinâmica vem cobrando das autoridades, com uma campanha permanente de restauração e posterior duplicação da 364, no trecho entre Vilhena, na divisa com o Mato Grosso a Porto Velho, com cerca de 700 quilômetros. Todos os anos, durante o inverno amazônico (chuvas), que está terminando, a rodovia fica em situação precária, como agora. Somente no trecho entre Porto Velho a Ariquemes (200 km) é possível transitar com o mínimo de segurança, nos demais os buracos tomaram conta.
O resultado é desastroso em todos os sentidos. Para a economia do Estado, que fica prejudicada devido à morosidade no transporte para exportação da produção agrícola e o mais grave: elevado índice de acidentes, a maior parte fatal matando pessoas e enlutando famílias.
Todos os anos, quando as chuvas vão cessando, como agora, os políticos federais se movimentam com o objetivo de restaurar e posteriormente duplicar o trecho Porto Velho-Vilhena. Os estaduais pegam “carona”, a ladainha é a mesma e o resultado o de sempre: tapa-se os buracos maiores, recapa-se outros trechos e a rodovia, mesmo onde não há buracos está como se fosse uma colcha de retalhos.
Esta semana o diretor geral do Dnit, Valter Casimiro Silveira esteve com o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) em companhia de políticos (federais e estaduais) percorrendo trechos da BR 364, BR 429 (Presidente Médici-Costa Marques) e a BR 421 (Guajará-Mirim a BR 364). A ponte sobre o rio Madeira, na Ponta do Abunã, um a obra interminável também foi vistoriada.
No próximo dia 28, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) programou audiência pública em Porto Velho, para discutir a restauração e duplicação da BR 364.
A visita do diretor do Dnit é fundamental para que o governo federal tenha ciência, in loco da real situação da BR 364, importante corredor de exportação, que garante divisas para o país, mas que está esquecida, pois a tendência da rodovia é piorar nos próximos meses.
O Estado precisa de uma garantia do governo federal, via Dnit, para que a 364 seja refeita, pois sua base com alicerce dos anos 80 não tem condições de suportar a carga das carretas e treminhões que circulam dia e noite transportando grãos, para exportação no porto da capital do Estado.
Para agravar a situação, o deputado estadual Airton Gurgacz (PDT/Ji-Paraná) anunciou que a montadora Volvo, especializada em veículos pesados teve aprovado requerimento junto ao Conselho Nacional dos Transportes (Contran) para liberar o tráfego de carretas com até 100 toneladas. Hoje o máximo é 60 toneladas. Provavelmente em 2018 teremos carretas transportando 100 toneladas.
Hoje as carretas já circulam com peso muito acima das 60 toneladas permitidas. Na visita do diretor do Dnit também deveriam se checar como estão os postos de pesagem. O mais importante deles, em Ouro Preto do Oeste está fechado há tempo. Só funciona quando não há safra, um absurdo, um abuso que o Dnit não enxerga por quê? Não tem interesse, ou tem muito interesse?
A audiência pública do próximo dia 28, uma sexta-feira deve ser acompanhada por todos os segmentos da população e principalmente pelos políticos, sejam federal ou estadual e também prefeitos e vereadores. É necessária uma marcha em favor da restauração e duplicação da BR 364 já sob pena de em futuro distante a 364 voltar ao leito natural.
Fonte: Rondoniadinamica