Em Rondônia a produção agropecuária responde com uma parcela significativa na economia do Estado, com o setor apresentando uma média de 11,4% do Produto Interno Bruto (PIB), bem acima da média nacional que em 2014 foi de 6,06% de acordo com os números apresentados pelo chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alaerto Luiz Marcolan, confirmados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Os números oficiais revelam que, bovinos, soja, leite e café são os principais responsáveis pelos produtos que alavancam o agronegócio no Estado, computando 84,4% do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBPA) conforme os resultados apresentados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Os destaques ficam por conta da carne bovina e soja exportada em 2016, 127,1 mil toneladas de carne e 766,2 mil toneladas de soja com receitas respectivas de US$ 449,9 e US$ 276,7 milhões.
Se em 2016 conforme acentuam os números da Embrapa, a produção de bovinos, soja, leite, café, milho, mandioca, banana e outros geraram R$ 7,7 bilhões a projeção é de que essa cifra em 2017, alcance com folga R$ 7,9 bilhões.
Tendo a calha do rio Madeira como caminho natural para exportar a soja e o milho produzido em Rondônia e Mato Grosso, somente a safra 2016/2017 de grãos em Rondônia deve alcançar cerca de 1,8 milhão de toneladas, tendo a soja e o milho como carro-chefe respondendo por 91,6%. Em escala inferior, surge a produção de arroz e feijão, mas que não afeta o contexto produtivo no Estado.
Rondônia tem Potencial agrícola Imenso para desenvolver
Relatando com conhecimento de causa pela posição geográfica, clima e solo, Rondônia tem um potencial agrícola imenso para desenvolver nos próximos cinco anos. Sem derrubar uma árvore pode incorporar mais 2 milhões de hectares de lavouras cultivando soja e milho, preservando o rebanho bovino, aduz, Alaerto Luiz Marcolan. Para ele, existe espaço sobrando para crescimento do agronegócio tendo em vista o trabalho integrado que vem sendo desenvolvido pela Embrapa e bem aceito pelos produtores rurais.
O sistema integrado consiste em aproveitar as áreas em processo de degradação cultivando soja, milho e braquiária. O favorecimento da vinda da soja em direção ao município de Porto Velho vai beneficiar o produtor rural barateando o preço do transporte. O milho, segundo Alaerto Luiz Marcolan, passa a ter uma participação importante no desenvolvimento da piscicultura e da suinocultura com o plantio direto podendo alcançar a médio prazo quatro milhões de hectares produzindo e sendo recuperadas, integrando todas as áreas.
Ele vê como positivo o aproveitamento do rio Madeira para escoamento da produção de grãos da região, “vai a soja, o milho, a carne e retorna o fertilizante, o adubo e herbicida, movimentando toda a cadeia produtiva”. Na esteira vem o emprego e renda nas áreas rurais e urbanas. A Embrapa se insere neste processo com a pesquisa que gera tecnologia para que o produtor seja capacitado em parceria com a Emater e Seagri.
A área territorial de Rondônia 60% é coberta por florestas, com áreas de pastagens entre 6 e 6,5 milhões hectares em processo de degradação. Para o chefe-geral da Embrapa é necessário profissionalizar o agronegócio, que ainda mantêm 1,5 cabeças de bovinos por hectare de campo. A Embrapa desenvolve um processo para racionalizar 50 mil hectares de áreas degradadas integrando lavoura, pecuária e floresta, com manejo sustentável.
Crescimento de áreas cultivadas é 12,4% ao ano
Nos últimos seis anos o crescimento médio de áreas cultivadas em Rondônia com soja e milho, frisa o chefe-geral da Embrapa girou em torno de 12,4% ao ano atingindo na safra 2016/2017, 289 mil hectares de lavoura de soja e 184 mil hectares de milho. No contexto regional, o Estado aparece como terceiro maio produtor de arroz com 44,3 mil toneladas do produto, com destaque para os municípios de Rio Crespo e Cujubim.
A estimativa de técnicos da Embrapa e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que na safra 2017 sejam cultivadas 20,8 mil hectares de feijão para uma colheita em torno de 838 toneladas.
O café em Rondônia, nos últimos dez anos apresentou oscilações e quedas na produção. No entanto, com as novas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa e o apoio do governo do Estado, tendo o governador Confúcio Moura como grande incentivador das revitalizações dos cafezais, a produtividade vem melhorando significativamente.
Com a entrada em produção de novos clones e variedades, a produção que girava em torno de 10,5 sacas por hectare cultivada, em 2017 deve alcançar as 22 sacas de 60 quilos pela mesma área plantada. O preço do produto está em alta e se não ocorrer nenhum acidente de última hora a projeção é de sejam colhidas 1,9 mil sacas. Com certeza, será uma fonte de renda importante ao pequeno produtor rural.
Fonte:Diário da Amazônia