Tudo começou no governo José Bianco e continuou, com algumas ampliações, na administração Ivo Cassol. Com a melhor das intenções, os dois governadores consideraram que o projeto de Gestão Compartilhada, com os servidores administrando a Caerd, os resultados seriam muito positivos para o Estado. Lamentavelmente, não o foram.
Nem durante o governo de ambos, muito menos depois.
Uma importante voz do empresariado e ligada ao governo, resumiu os três pecados mortais desse projeto, que acabaram praticamente destruindo a Caerd, a tal ponto que, se ela não for privatizada, não tem mais nenhuma solução, até pela dívida impagável de quase 1 bilhão de reais. O resumo: “a Gestão Compartilhada significou que foi repassada aos servidores a missão de administrar a Caerd.
O que aconteceu quando entrego minha empresa para meu funcionário cuidar (e foi isso exatamente que aconteceu na Caerd); três coisas certamente eles iriam fazer e fizeram, por não terem compromisso com o lucro. Primeiro: aumentar os próprios salários. Fizeram. Segundo: reduzir carga de trabalho. Fizeram. Terceiro: não iam atrás de cliente. Também cometeram esse erro grave. Não procuraram novos municípios, por exemplo, para oferecer os serviços da Caerd, para implantar sistemas de água e esgoto e etecetera”. A análise, quase perfeita, também coloca parte da culpa no Sindur, o sindicato dos urbanitários, um dos que mais atrapalhou as administrações, até conseguir a tal Gestão Compartilhada e hoje se cala, ante a muito provável quebradeira da Caerd, como se nada tivesse a ver com o desastre.
Quando se fala que a Caerd se tornou inviável, não se está contando nenhuma novidade. Ela nasceu cheia de planos e, aos poucos, se transformou num cabide de emprego, superlotada de apaniguados e “companheiros”, depois que o tal compartilhamento do comando foi decidido.
A primeira medida foi inventar salários cada vez maiores (ao ponto de um motorista da Caerd receber, hoje, em torno de 8 mil reais de salários, praticamente o mesmo que um médico do Estado). A nossa Caerd se transformou no pior exemplo de uma estatal que poderia ser viável, mas acabou arrasada por interesses políticos e pela voracidade com que o dinheiro arrecadado é consumido internamente. Não tem cura! Que se defina, já, a privatização, antes que nada mais reste…
ZERO INVESTIMENTO
Na verdade, a destruição da estatal começou a se desenhar há muito tempo, por uma série de pecados, que culminaram com a tragédia da Gestão Compartilhada.
Os graves problemas já vinham se arrastando há muito tempo. Tanto Bianco quanto Cassol tiveram a melhor das intenções em criar a o sistema em parceria com os servidores e o sindicato da categoria e o atual governo de mantê-la, enquanto foi possível. Mas agora acabou.
Com 80 por cento de todo seu faturamento dedicado apenas a pagar salários, a nossa Cerd se transformou no pior exemplo de uma estatal que poderia ser viável, mas acabou arrasada por interesses políticos e pela voracidade com que o dinheiro arrecadado é consumido internamente. Inchada, inoperante, sem aporte financeiro para investimentos num Estado com necessidades cada vez maiores em sua infraestrutura, a Caerd representa um sistema de estatal que está morrendo, felizmente. Que Deus tenha piedade da sua alma e a entregue a quem, verdadeiramente, puder fazer, pela população, o que ela jamais fez….
PODRIDÃO NO PLANALTO
Bomba atômica que explodiu na noite dessa quarta, certamente ainda vai render muito daqui para a frente, no mar de lama que corre no país e envolve diretamente o Presidente da República em corrupção. Denúncia dos proprietários da JBS, aponta o dedo da bandalheira diretamente para Michel Temer e também para o presidente nacional do PSDB, o poderoso senador Aécio Neves. Os donos da JBS, os irmãos Joesley e Wesley Batista, disseram ao ministro Edson Fachin, do STF, relator da Lava Jato, que ambos têm gravações de Michel Temer dando aval para a “compra” do silêncio de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara e deputado cassado, atualmente preso. No caso de Aécio Neves, ele foi gravado pedindo 2 milhões de reais a Joesley. O dinheiro teria sido entregue a um primo do presidente nacional do PSDB. Tudo teria sido filmado Polícia Federal. A podridão chegou de novo ao Planalto e seus principais apadrinhados, como ocorreu com Dilma Rousseff.
CHEGOU O UBER
E o Uber chegou… Pelas redes sociais, alguns motoristas, mais corajosos (o primeiro ataque a um deles, na Capital, foi registrado ontem), já oferecem seus serviços, inclusive publicando fotos do carro que usarão no serviço e telefones de contato. Um usuário do serviço, que fez o trajeto do centro da cidade ao shopping, comemorou, publicando o valor que pagou pelo aplicativo Uber, apenas 10 reais, quanto custaria bem mais num táxi e mais ou menos o que pagaria mototáxi. Obviamente que os taxistas e mototaxistas vão reagir e estão pressionando os vereadores para a aprovação de uma lei que proíba o serviço em Porto Velho. Profissionais que estão há décadas na praça, alegam que pagam pesados impostos e que já estão tendo grandes prejuízos, por causa da crise. Com a chegada do Uber, que não paga qualquer tributo e não é regulamentado, muitos taxistas poderão ficar desempregados. Todos têm razão. O problema é que, repete a coluna: não há como segurar o futuro. Ele chegou também para o transporte individual. E o passageiro anda satisfeito. Outro, por exemplo, comemorou ter feito uma corrida num carro em ótimas condições, do Parque da Cidade até o Aeroporto e pagou apenas 11 reais, menos da metade do que pagaria num táxi. Tem como segurar?
O RISCO DO ARRAIAL
Tem dinheiro para muita bobagem, para inutilidades. Mas quando chega a hora da cultura, é aquele Deus nos acuda!. O Arraial Flor do Maracujá, por exemplo, que já foi o maior evento da cultura rondoniense, reunindo milhares e milhares de pessoas, novamente corre o risco de ser esvaziado. A esperança agora vem da Assembleia Legislativa, onde o deputado Maurão de Carvalho prometeu que, se não houver impedimento legal, o parlamento vai sim apoiar a realização do evento. A situação está de tal forma complicada, que o representante da Federação dos Grupos Folclóricos do Estado (Federon), Silvio Santos, o Zé Katraca, disse a Maurão que há duas datas previstas para a realização da trigésima sexta edição do evento: uma com patrocínio e outra sem patrocínio. Membros dos 40 grupos folclóricos, entre quadrilhas e boi bumbás andam angustiados. Não sabem se terão qualquer tipo de apoio para a realização do evento. Se tiverem, a festa começa dia 1º de Julho. Sem dinheiro, sem disputa e sem premiação, só abre no dia 21 de julho. Pobre da nossa cultura!
NEM EMPREGAR, NEM PAGAR MAIS…
A TAM (agora LATAM), a maior empresa aérea do Brasil precisa contratar mais gente. A TAM não tem como crescer, se não tiver estrutura para atender esse mercado tão exigente. Mas a TAM não pode contratar, porque está sendo impedida pela arcaica e vergonhosa legislação trabalhista, implantada na República Sindicalista que se instalou no país desde os anos 40 e nunca mais mudou. A TAM não pode pagar mais salários aos seus funcionários, como por exemplo, porque eles só podem trabalhar 33 por cento a menos do que os de seus concorrentes. Impossível também é usar suas equipes para quatro voos mensais a Londres, por exemplo. Mas as empresas estrangeiras podem. Ou seja, azar da empresa aérea brasileira. As outras vão dominando o mercado. A LATAM não pode voar para Doha, no Catar, porque o número de horas de voo necessárias é acima do tempo em que a lei brasileira permite que um trabalhador aéreo cumpra. Ou seja, para ir a Doha, a TAM teria que jogar sua tripulação no mar e colocar outra no serviço. E tem mais: com a brutal e criminosa tributação brasileira, a empresa prefere gastar no exterior, porque se o fizer aqui, vai quebrar em breve, como tantas outras. Deu pra entender?
ORGULHO PARA RONDÔNIA
O médico Hiran Gallo, que já é personalidade nacional e internacional da Medicina (é, há anos, membro destacado do Conselho Federal de Medicina), recebeu essa semana mais um honroso convite. Ele foi convidado para compor a Comissão Coordenadora do futuro Departamento dos Países de Língua Portuguesa da Cátedra de Bioética da UNESCO. O novo departamento reunirá representações de todos os países de Língua Portuguesa do mundo. Hiran Gallo é daquelas personalidades que orgulham nossa terra. Médico exemplar, profissional respeitado em todas as áreas, sua atuação no Conselho Federal de Medicina o tem colocado em sucessivas diretorias, sempre eleito por suas colegas médicos. Professor na Universidade do Porto, em Portugal, o nome do rondoniense já se tornou conhecido em vários países, sempre respeitado e destacado. Certamente por tudo isso é que Hiran Gallo acabou sendo escolhido para compor mais essa missão no mundo da Medicina internacional.
PERGUNTINHA
Se o ex presidente Lula disse, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, que se encontrou apenas duas vezes em seus mandatos com diretores da Petrobras, como a agenda oficial registra mais de 20 encontros com a turma que destruiu a nossa maior estatal?
Fonte:Sérgio Pires