As exportações de carne bovina do Estado de Rondônia registraram crescimento de 24,07% em junho, quando comparado a maio, alcançando mais de US$ 242 milhões no acumulado do ano em faturamento, segundo dados de Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em volume, o resultado foi de 14.303 toneladas, aumento de 23,86% na comparação com o mês anterior. Estes resultados confirmam que junho foi, até agora, o mês com melhor desempenho neste ano.
Merecem destaque os resultados registrados na categoria carnes desossadas de bovino,frescas ou refrigeradas que na pauta de exportação do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) no período de janeiro a junho de 2017 teve incremento de 51,80%. O numero de abate seguem tímidos registrando uma retração de -3,93% no período quando comparado com 2016, totalizando 1.347.672 cabeças abatidas, referente dados quantitativos de abate sob a responsabilidade dos SIPAs/DFAs do Mapa.
Segundo o presidente da Associação Rural de Rondônia, Sérgio Ferreira, essa retração está ligada à operação Carne Fraca que desestabilizou o mercado, a delação dos diretores da JBS que mexeu com prazos e liquidez dos pagamentos, puxando ainda mais o preço pago pela arroba ao produtor e aos altos custos de produção, além da volta da cobrança do Funrural. “Precisamos de ações de curto prazo onde estaríamos dando vazão ao acúmulo de bois e a longo prazo no incentivo da diversificação da oferta de abates, com isso acredito que teríamos um cenário melhor aos pecuaristas do estado,” destaca Ferreira.
Para o pecuarista do município de Chupinguaia, Eduardo Aiello Sartor (Dudu), o parque industrial de abates no estado é pequeno em proporção a relação ao número de bois prontos. Devido ao avanço de tecnologias como a integração lavoura e pecuária e os confinamentos, esse número tende a aumentar. “Infelizmente não houve um planejamento do setor em relação as indústrias e isso vem trazendo grandes prejuízos aos produtores, principalmente pela perda de credibilidade do nosso produto perante o consumidor final,”descreve Sartor.
DIÁLOGOS
Na busca por soluções de médio e longo prazo o governo do estado vem dialogando de forma efetiva e rápida com os representantes dos produtores em planos para contornarem a crise. “Uma das medidas adotadas foi a baixa da pauta para o boi gordo e vaca, para dar vazão a saída de bovinos em pé, na tentativa de melhorar a situação,” escreveu o governado do estado de Rondônia Confucio Moura em sua rede social.
O governo do estado tem dado atenção especial a situação da cadeia produtiva da carne em Rondônia, pois segundo dados estimados de arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) da Secretaria de Estado de Finanças (Sefin), a carne é produto que gerou maior arrecadação no ano de 2016, com mais de R$ 298 milhões.
Mas estes números poderiam ser maiores se considerarmos toda cadeia produtiva da carne, destaca o secretário de Estado da Agricultura (Seagri) Evandro Padovani, “pois a pecuária de corte rondoniense é executada por um enorme contingente de pessoas distribuídas por todo o estado, dando empregos a milhares de trabalhadores (inclusive nas cidades), gerando riquezas e impostos e, o mais importante, produzindo a melhor fonte de proteínas e minerais para o homem: a carne vermelha,” esclarece Padovani.
Fonte: Secom