O goleiro Bruno Fernandes de Souza, de 32 anos, condenado pelo assassinato de Eliza Samudio, recebeu autorização da Justiça nesta quarta-feira, 2, para dar aulas de futebol a crianças e adolescentes em uma entidade de assistência social. A decisão da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais de Varginha, onde o jogador cumpre pena, determina que ele será buscado no pátio do presídio para ser levado ao trabalho, sem contato com outras áreas externas ou pessoas de fora da entidade.
Bruno vai trabalhar no Núcleo de Capacitação para a Paz (Nucap), também em Varginha, que recebe cerca de 60 filhos de detentos e ex-detentos. O principal projeto da organização não governamental (ONG) é o “Mães que Cuidam”, que recebe filhos de mulheres presas e permite que eles convivam com as mães durante parte do dia e realizem atividades de inserção social em outro turno.
As aulas vão permitir que o goleiro ganhe remição da pena de 22 anos e 3 meses. O trabalho e o tempo de prisão a ser reduzido serão avaliados pela Justiça, de acordo com relatórios sobre frequência e disciplina que devem ser enviados pela ONG a cada três meses.
Habeas corpus
O goleiro Bruno já cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado. Ele chegou a ficar dois meses em liberdade, através de uma liminar, entre fevereiro e abril deste ano.
Durante o período, atuou pelo Boa Esporte, de Varginha, que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro de futebol. Ele chegou a ser agredido em jogos, o clube perdeu patrocinadores, e um abaixo-assinado nas redes sociais pedia que times não contratassem o goleiro enquanto ele não dissesse onde está o corpo de Eliza.
Julgamento
Bruno foi condenado em primeira instância, em 2013, pelo homicídio triplamente qualificado da ex-namorada, ocultação do cadáver e sequestro e cárcere privado do filho deles. O julgamento do recurso da defesa está marcado para o próximo dia 13 de setembro, no TJ de Minas, em Belo Horizonte. O processo que questiona a emissão da certidão de óbito de Eliza será julgado no mesmo dia. A defesa de Bruno tenta evitar que a morte dela seja confirmada.
Fonte:Estadão